A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, dia 16, a Operação Lucas, que investiga crimes de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento e empresas fiscalizadas nos estados do Tocantins, Pará, Maranhão, São Paulo e Pernambuco.
A investigação começou após denúncia de que frigoríficos e empresas de laticínios fiscalizadas teriam sido favorecidas em processos administrativos, por meio do retardamento na tramitação e anulação de multas. Estima-se que o esquema tenha movimentado cerca de R$ 3 milhões, entre os anos de 2010 a 2016.
As pessoas investigadas devem responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, cujas penas podem chegar a 12 anos de reclusão. Entre os envolvidos está, segundo a PF, a chefe de fiscalização do Ministério da Agricultura, que, com a quebra de sigilo bancário, já demonstra crime de sonegação de impostos.
Ao todo, os policiais cumprem 62 mandados judiciais, sendo 10 prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitiva e 36 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de contas bancárias e indisponibilidade de bens móveis e imóveis nos valores de R$ 2,2 milhões.
Procurado pela equipe do Canal Rural, o Mapa garantiu que fará um comunicado oficial no período da tarde, após apurar mais detalhes sobre a operação. O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, informou com exclusividade ao Canal Rural que a pessoa investigada pela Operação Lucas não é mais superintendente de Tocantins. De acordo com o ministro, ela ocupou o cargo por um tempo como substituta de superintendente, mas foi substituída há 30 dias. “Ela será afastada imediatamente e responderá processo disciplinar na Justiça”, informou Maggi.
Mais tarde, o ministro voltou a se pronunciar, dessa vez por meio de sua conta pessoal no Facebook.
Empresas envolvidas
Segundo a Polícia Federal informou por meio de coletiva, entre as empresas envolvidas na investigação estão a Minerva Foods, Frango Norte, Santa Izabel Alimento, Master Boi, Laticínios Veneza, Laticínios Fortaleza e Laticínios Palac.
O Canal Rural entrou em contato com as empresas citadas e, até o início da tarde desta terça, 16, apenas a empresa Minerva Foods havia se posicionado sobre a operação. Veja a nota divulgada pelo frigorífico:
“Em relação à operação da Polícia Federal batizada de Lucas, a Minerva Foods informa que está sempre colaborando com as autoridades para a investigação envolvendo servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. A Companhia reforça que segue rígidas normas de governança corporativa e que cumpre toda a legislação aplicável em suas operações, adotando rigorosos padrões de qualidade e segurança.”