Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Demarcações indígenas poderiam ser resolvidas em 1993, diz assessor da Famasul

Assessor jurídico da Famasul lembra que governo tinha cinco anos após a implementação da Constituição de 88 para demarcar terras indígenas

O assessor jurídico da Famasul, Carlos Daniel Coldibelli, afirma que a tensão no Sul de Mato Grosso do Sul continua com as recentes invasões indígenas a cinco propriedades de Antônio João, que estão ocupadas por índios desde meados de agosto. Exército e Força Nacional atuam na área para evitar novos confrontos. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, iniciou um processo de negociação e mediação, mas as fazendas da região permanecem em disputa.

– A intensão do Ministério da Justiça é ampliar a expectativa de negociação com indenização a proprietários [PEC 71 foi aprovada pelo Senado na semana passada]. Em um cenário com 95 propriedades invadidas, não há como negar a existência de uma insegurança jurídica que afeta o produtor rural – pontua.

Ele enfatiza que a situação de demarcações de terras indígenas no país poderia ter sido solucionada em 1993, já que a Constituição de 1988 previa que o governo finalizasse as demarcações de terras de ocupação tradicionalmente indígena em um prazo de cinco anos. Nesse processo, ele explica, a Funai passou a abrir diversos procedimentos que não foram homologados e e que stão sem a conclusão devida.

– Estamos vivendo o auge do período de transição para que se esclareça a demarcação de terras indígenas. O produtor tem uma propriedade, é titular, tem toda a documentacao e registro, paga impostos há mais de cem anos e se vê atingido por um processo da Funai tentando reveter a terra em área em indígena. Tanto índios como produtores esperam que esse movimento do governo federal solucione os conflitos – define.

Índios criticam indenização

Lideranças guarani-kaiowá do Mato Grosso do Sul criticaram nesta sexta, dia 18, a proposta de indenizar donos de terras que foram demarcadas como terras indígenas pelo valor integral das propriedades. 

– Nós vamos pegar uma terra devastada: rio poluído, sem floresta. Nós vamos ter que começar do zero. Por outro lado, os fazendeiros estão pedindo indenizações absurdas, acima do preço das terras e das benfeitorias – reclamou o líder indígena Natanael Vilharva Caceres.

Ele ponderou que talvez a medida reduza as resistências às demarcações. Porém, o líder acredita que é necessário buscar termos que garantam justiça aos povos indígenas.

– Com isso, em parte, até se resolva [a questão das demarcações]. Mas e as indenizações pelas mortes das nossas lideranças?  Pela morte das nossas crianças? Pelo usufruto que os latifundiários tiveram por décadas nas nossas terras? O governo não está olhando para o esse lado – apontou o líder.

Pela Constituição, quando um território é reconhecido como pertencente a povos tradicionais, os títulos de posse são considerados nulos. Os proprietários têm direito à indenização somente pelas benfeitorias. Na semana passada, o Senado aprovou uma projeto de emenda constitucional que permite o pagamento pela terra nua para terras demarcadas a partir de 2013. A proposta foi defendida pela ministra da Agricultura, Kátia Abreu. 

– Com a possibilidade de indenizar pela terra, teremos uma pacificação e evitaremos a violência – disse em referência aos conflitos no campo. O projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara.

Sair da versão mobile