A lista foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta sexta, dia 6, em Brasília.
– Estou completamente desolado. A gente vinha tendo todo um enfrentamento e de repente aparece o nome de uma bancada inteira, como se todo mundo tivesse culpa. Temos que ter serenidade, e não é fácil, mas vamos trabalhar para esclarecer tudo isso. Vou enfrentar de cabeça erguida – disse o deputado, por telefone, ao Canal Rural.
Goergen está na Espanha representando a Câmara dos Deputados em um evento sobre telefonia. O deputado ficou indignado com o envolvimento do seu nome e outros seis deputados gaúchos do PP. Ele acredita que a explicação sejam as doações de campanha que o partido recebeu da Braskem, repassadas a todos os candidatos do partido.
Em nota à imprensa, ele ainda disse que “ao acessar a denúncia da Procuradoria-Geral da República, só posso rejeitar a acusação de receber ‘mesadas’ de Alberto Yousseff. Só posso imaginar que meu nome foi utilizado de forma indevida em negociatas espúrias. Jamais estive na companhia e sequer conheço este sujeito. Jamais imaginei algum dia passar por isto. A realidade no entanto me exige que tenha firmeza e coragem para dizer à minha família, meus amigos e à sociedade que nada fiz de errado”.
Outros três deputados e dois senadores de destaque na agenda do agronegócio fazem parte da lista: os deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS), ex-presidente da FPA, Dilceu Sperafico (PP-PR) e Afonso Hamm (PP-RS); e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR).
Luis Carlos Heinze disse que este foi o ano que mais recebeu colaborações do partido para a sua campanha, mas não sabe todas as empresas que fizeram doações. Ele vai solicitar a lista de doadores.
– Não tenho nenhuma ligação com estas empresas, todos sabem da minha ligação direta com o setor rural, nunca estive envolvido com nenhuma empreiteira. As pessoas que me conhecem sabem que isso será esclarecido, não tenho nada a esconder – disse Heinze.
Os nomes dos parlamentares constam nos 21 pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizados pelo ministro do STF Teori Zavascki. Em todos os casos, o ministro revogou o sigilo na tramitação dos procedimentos, tornando públicos todos os documentos. De acordo com a nota do STF, a instauração de inquéritos foi considerada cabível porque há indícios de ilicitude e não foram verificadas, do ponto de vista jurídico, “situações inibidoras do desencadeamento da investigação”.
O ministro ressaltou que a abertura de inquérito não representa “juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito”, principalmente quando os indícios são fundados em depoimentos colhidos em colaboração premiada, que, por si só, não constituem prova.
Editado por Gisele Neuls, colaborou Fernanda Farias