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Deputados do agronegócio são incluídos na lista da Lava Jato

Coordenador institucional da FPA, deputado Jeronimo Goergen (RS) está entre os suspeitos de participação no esquema de corrupção da PetrobrasO coordenador institucional da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), deputado Jeronimo Goergen (PP-RS) está entre os 47 parlamentares suspeitos de participação no esquema de corrupção da Petrobras conhecido como Lava Jato.

Fonte: Marcelo Lara/Canal Rural

A lista foi divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na noite desta sexta, dia 6, em Brasília.

– Estou completamente desolado. A gente vinha tendo todo um enfrentamento e de repente aparece o nome de uma bancada inteira, como se todo mundo tivesse culpa. Temos que ter serenidade, e não é fácil, mas vamos trabalhar para esclarecer tudo isso. Vou enfrentar de cabeça erguida – disse o deputado, por telefone, ao Canal Rural.

Goergen está na Espanha representando a Câmara dos Deputados em um evento sobre telefonia. O deputado ficou indignado com o envolvimento do seu nome e outros seis deputados gaúchos do PP. Ele acredita que a explicação sejam as doações de campanha que o partido recebeu da Braskem, repassadas a todos os candidatos do partido.

Em nota à imprensa, ele ainda disse que “ao acessar a denúncia da Procuradoria-Geral da República, só posso rejeitar a acusação de receber ‘mesadas’ de Alberto Yousseff. Só posso imaginar que meu nome foi utilizado de forma indevida em negociatas espúrias. Jamais estive na companhia e sequer conheço este sujeito. Jamais imaginei algum dia passar por isto. A realidade no entanto me exige que tenha firmeza e coragem para dizer à minha família, meus amigos e à sociedade que nada fiz de errado”.

Outros três deputados e dois senadores de destaque na agenda do agronegócio fazem parte da lista: os deputados Luis Carlos Heinze (PP-RS), ex-presidente da FPA, Dilceu Sperafico (PP-PR) e Afonso Hamm (PP-RS); e os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Romero Jucá (PMDB-RR).

Luis Carlos Heinze disse que este foi o ano que mais recebeu colaborações do partido para a sua campanha, mas não sabe todas as empresas que fizeram doações. Ele vai solicitar a lista de doadores.

– Não tenho nenhuma ligação com estas empresas, todos sabem da minha ligação direta com o setor rural, nunca estive envolvido com nenhuma empreiteira. As pessoas que me conhecem sabem que isso será esclarecido, não tenho nada a esconder – disse Heinze.

Os nomes dos parlamentares constam nos 21 pedidos de abertura de inquérito feitos pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, e autorizados pelo ministro do STF Teori Zavascki. Em todos os casos, o ministro revogou o sigilo na tramitação dos procedimentos, tornando públicos todos os documentos. De acordo com a nota do STF, a instauração de inquéritos foi considerada cabível porque há indícios de ilicitude e não foram verificadas, do ponto de vista jurídico, “situações inibidoras do desencadeamento da investigação”.

O ministro ressaltou que a abertura de inquérito não representa “juízo antecipado sobre autoria e materialidade do delito”, principalmente quando os indícios são fundados em depoimentos colhidos em colaboração premiada, que, por si só, não constituem prova.

Editado por Gisele Neuls, colaborou Fernanda Farias

Veja a lista completa dos envolvidos

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