A Polícia Federal (PF) do Acre informou nesta semana que deflagrou uma operação para desarticular uma associação criminosa constituída para a prática periódica de caça a onças-pintadas. A operação foi batizada como Mustache (bigode, em inglês), porque os investigados muitas vezes se referiam aos animais como “bicho de bigode”.
Os policiais cumpriram oito mandados de condução coercitiva e dez mandados de busca e apreensão. Foram realizadas três prisões em flagrante pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e pela guarda de animal silvestre sem autorização legal. Também foi descoberta uma grande estrutura de rinha de galo no endereço de um dos investigados, com troféus para os apostadores campeões, livros sobre o assunto e mais de 100 galos-de-briga confinados.
As investigações levantaram a informação de que o grupo poderia ter matado centenas de onças, cuja espécie consta na lista oficial de animais ameaçados de extinção.
A ação também trouxe indícios de alguns dos criminosos praticam a caça ilegal de onças-pintadas há mais de duas décadas. Diversas fotos antigas de ações praticadas pelo grupo foram descobertas pela PF do Acre. As caçadas – que ocorriam quase que semanalmente – eram realizadas de forma planejada, com uso de instrumentos próprios para atrair as onças, bem como com a utilização de cães de caça para auxiliar na captura do animal silvestre.