DF: eventos equestres são liberados após proibição gerar prejuízo de R$ 200 mi

Neste período, alguns cavalos se desvalorizaram 50%. A indústria também sentiu o reflexo nas vendas, que recuaram 15%

cavalo crioulo fazendo giro
Foto: Cristiano Mazzoni

Os eventos equestres estavam proibidos em Brasília desde janeiro deste ano, por decisão do juiz da vara de Meio Ambiente. O setor só conseguiu suspender a sentença no Tribunal de Justiça do DF na semana passada, mas o impacto na economia é bastante expressivo. “Isso gerou um prejuízo de R$ 200 milhões em toda cadeia da equideocultura”, estima o presidente do Núcleo de Criadores de Cavalo Quarto de Milha do DF, Eugênio de Menezes.

Neste meio tempo, o preço de alguns equinos caiu pela metade e a venda de ração foi reduzida em 15%. “Centros de treinamentos encerraram suas atividades. Criadores e atletas deixaram de comprar ração e de gastar com animal. Isso quebrou a cadeia”, detalha.

O governo também deixou de arrecadadas e pressionou a Justiça pela liberação das provas. “Também há uma possibilidade de cerceamento de acesso da população à cultura, considerando que o Brasil tem arcabouço legal, fundamentos constitucionais como prática esportiva e não de maus tratos”, defende o secretário de Agricultura do Distrito Federal, Argileu Martins.

Segundo o advogado que defendeu a ação, André Soares, os eventos estão liberados até o julgamento final do tema, mas ele deixa um alerta. “Quem for organizar ou participar de provas, respeite as normas da Associação Brasileira de Criadores de Cavalo Quarto de Milha (ABQM) e qualquer tipo de direito que o animal tenha. Porque assim como houve essa ação podem aparecer outras”, salienta.

Para a médica veterinária e doutora em saúde animal Cínthia Dumont, a clandestinização dos esportes gera maus tratos. “Se é clandestino, não tem um juiz, punição e regulamento a seguir. Em uma prova oficial, você tem um regulamento e os animais são atletas tratados como tal”, defende.

Comemoração

Novas provas já foram marcadas para comemorar a liberação, como provas do cavalo crioulo que devem acontecer no próximo fim de semana. “O setor começa a voltar à normalidade, com as cavalgadas, as provas acontecendo, como antes de haver a sentença”, diz Argileu Martins.

Importância da criação

A capital do país tem a maior média de cavalos por habitante do Brasil, com 21 mil animais de registrados e, antes da proibição, era palco de 400 eventos equestres por ano.