Duas semanas depois de o Ministério do Meio Ambiente ter sido alvo de críticas pela divulgação de dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), o diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro, Raimundo Deusdará, dá uma nova justificativa para o vazamento de informações consideradas sigilosas pelos produtores rurais, como o nome das fazendas. Deusdará afirma que as informações tornaram-se públicas pela ação de hackers.
“O que aconteceu e está acontecendo, e todos vocês que são mais jovens sabem, é o hackeamento. Houve tentativas de hackeamento. E não foram poucas. A gente está acompanhando isto. Vamos tomar as providências jurídicas e legais a respeito disso. É crime cibernético. Isto é o Vale do Silício tentando entrar no sistema, isto inclusive demonstra o tanto que o sistema é robusto, seguro e está gerando interesse”, disse o diretor após participar de um evento da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo.
De acordo com Deusdará, o novo sistema de divulgação pública das informações do CAR é complexo porque armazena informações de 400 milhões de hectares. Ele disse que o Ministério do Meio Ambiente não divulgou informações sigilosas.
“Hoje a Nasa é invadida, a CIA é invadida. Esses grandes sistemas são objeto de desejo dos hackers. Então, a gente sofreu esse processo de ataque. A gente imaginava que ia ser uma coisa mais simples. Isso gerou um certo bug no sistema, é natural. E isto corresponde a 0,0001% dos riscos que nós tínhamos em trabalhar com um banco de dados como este.”
O diretor-geral do Serviço Florestal Brasileiro afirmou que a segurança foi reforçada e que o sistema já está mais seguro. Ele disse que o Ministério do Meio Ambiente vai tomar providências legais sobre o fato. Desde 29 de novembro, os dados públicos do cadastramento ambiental dos imóveis rurais de todo o país estão disponíveis neste site.