O dólar comercial encerrou a sessão desta segunda-feira, 18. com alta de 0,38%, sendo negociado a R$ 4,207 para venda, maior patamar desde o início do Plano Real. O recorde anterior, de R$ 4,1970, foi registrado em 13 de setembro de 2017, durante as eleições presidenciais.
De acordo com a Safras & Mercado, ao contrário do otimismo exibido em boa parte dos negócios, as incertezas em torno da guerra comercial provocaram um mau humor nas moedas de países emergentes, como o real.
“Foi um movimento de cautela, após declarações do presidente Donald Trump, que afirmou que não haverá reversão de tarifas já impostas aos produtos chineses. Isso atingiu em cheio as moedas ligadas emergentes que passaram a cair fortemente frente ao dólar”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.
Com a forte escalada da moeda estrangeira, o economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, avalia que a balança comercial “mais frágil” aponta para um dólar mais forte. “Os números divulgados hoje apontam déficit de US$ 482 milhões na semana passada. Isso é mais uma notícia ruim para o real que já sofre com os efeitos difusos da guerra comercial, a erupção de revoltas pela América Latina e os juros baixos no país, que atraem menos divisas pelo motivo de especulação”, ressalta.
Nesta terça-feira, 19, com a agenda de indicadores mais fraca, o economista da Guide Investimentos, Victor Beyrutti, comenta que a guerra comercial entre norte-americanos e chineses seguirá no radar dos investidores e do Banco Central. “Vamos aguardar se ele entra no mercado com a moeda acima de R$ 4,20”, diz.
Analistas comentam que a falta de liquidez no mercado talvez esteja inibindo a autoridade monetária, já que feriados locais na semana passada e no meio desta semana influenciaram em baixos negócios.