O dólar abre a semana e o segundo semestre em alta, sendo cotado acima de R$ 3,90, de olho no mercado global que ainda analisa uma possível guerra comercial entre Estados Unidos e China, além da expectativa por intervenções do Banco Central (BC) para conter o avanço da moeda estrangeira. Logo após o início da sessão, porém, é esperada baixa liquidez em razão do jogo do Brasil pela Copa do Mundo.
Às 12h04 (de Brasília), o dólar à vista operava com alta de 0,66% negociado a R$ 3,915 para venda, enquanto no mercado futuro, o contrato para agosto subia 0,70%, a R$ 3,917.
Em comunicado, o Banco Central (BC) anunciou na sexta-feira, 29, que ao longo do mês vai rolar mais de 280 mil contratos de swap cambial tradicional, que é equivalente à venda da moeda no mercado futuro e utilizado para tentar conter a volatilidade do dólar. Isso significa uma intervenção de US$ 14 bilhões, em operações diárias.
A autoridade monetária voltou a afirmar que não vê restrições para que o estoque de swaps cambiais exceda consideravelmente os volumes máximos atingidos no passado. “O BC procura dar tranquilidade aos players locais e internacionais, assegurando que tem recursos para atender a demanda. Se anunciar operações extras ou de linha, o dólar deve virar”, diz o diretor da Correparti, Ricardo Gomes.
De acordo com o economista-chefe da Infinity, Jason Vieira, não só o jogo do Brasil, mas também o feriado de 4 de julho nos Estados Unidos retira parte do volume do mercado em uma semana de agenda de indicadores relevantes. “Tem balança comercial, inflação e produção industrial aqui no Brasil, e ainda, o resultado do mercado de trabalho norte-americano, o payroll”.
Além disso, a equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco destaca que “o tema da guerra comercial deverá estar presente ao longo da semana, diante do início previsto da vigência, na próxima sexta-feira, dia 6, da imposição de tarifas extras norte-americanas para produtos chineses e vice-versa”.