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Dólar cai 2% e fecha no menor valor desde julho

Alta do PIB brasileiro pressionou o dólar, além disso, os investidores reagiram à entrada de maior capital estrangeiro no país

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Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em forte queda de 1,94% no mercado à vista, cotado a R$ 5,1390 para venda, no menor nível de fechamento desde 30 de julho (quando encerrou a R$ 5,1590), em sessão positiva no mercado doméstico em meio à novas entradas  de fluxo estrangeiro, com a queda global da divisa norte-americana, além de investidores reagirem às captações feitas ontem pelo Tesouro Nacional no exterior.

Em queda durante todo o pregão, investidores locais reagiram à emissão externa de títulos de dívida pública na quarta, 2, pelo Tesouro que captou US$ 2,5 bilhões, em uma demanda três vezes maior do que a oferta. Os analistas do banco Fator ressaltam que isso ajudou a levar o real ao melhor desempenho da sessão ante as moedas de países emergentes. “A meta é buscar compradores para a curva toda, o que pode atrair mais investidores. As ofertas chegaram a US$ 8 bilhões”, reforçam.

A expectativa de novas captações e de entrada de mais fluxos de capital estrangeiro o dólar às mínimas de R$ 5,12, nos menores níveis intraday também desde julho. Aqui, teve ainda o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro que corroborou com o viés de baixa da moeda ao avançar 7,7% no terceiro trimestre ante o tombo de 10,9% (dado revisado) no trimestre anterior.

Apesar da maior alta trimestral da série histórica, iniciada em 1996, o dado ficou abaixo do projetado pelo mercado. “A primeira observação é que a atividade ainda está longe do nível pré-pandemia”, destaca a equipe econômica do Fator.

Já o analista da Tendências Consultoria, Thiago Xavier, avalia que, embora a velocidade de retomada surpreenda em relação ao projetado no início da pandemia do novo coronavírus, o resultado reforça o diagnóstico acerca do caráter desigual da recuperação entre setores. “O que sinaliza uma retomada ainda passível de incertezas, já que segue sensível a aspectos de ordem econômica, política e sanitária”, diz.

Nesta sexta, 3, o destaque da agenda de indicadores fica para o relatório de empregos norte-americano, o payroll, com números de novembro. “Ele tem surpreendido, com os Estados Unidos entregando dados positivos que têm ampliado a esperança do investidor”, comenta a analista da Toro Investimentos, Stefany Oliveira. Já os analistas do Fator apostam em números “decepcionantes”.

A profissional da Toro acrescenta que, na falta de notícias na sessão, o viés da moeda estrangeira pode ser de correção após três pregões seguidos de queda e acumular perdas de 3,9%.