Amplamente pressionado pela condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a nove anos e seis meses de reclusão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no âmbito da Operação Lava Jato, o dólar comercial fechou no menor patamar em quase dois meses, analisou a consultoria Safras & Mercado.
A última vez em que a moeda encerrou abaixo dos atuais R$ 3,2080 (-1,41%), foi no dia 8 de maio, cotada a R$ 3,1970 – antes da eclosão da crise política.
A euforia do mercado ocorreu porque, “ainda que essa condenação seja passível de recurso, pois se trata de uma decisão em primeira instância, o capital político de Lula, já desgastado, deve encolher”, analisa a Eleven Financial, afastando-o de uma candidatura à presidência em 2018. Sem Lula, “a eleição tende a girar em torno de candidatos pró-mercado”, diz a consultoria.
No entanto, o consultor de câmbio da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, destaca que uma condenação do ex-presidente já era parcialmente esperada, pois Lula é réu em quatro processos judiciais. Para ele, a decisão do juiz Sérgio Moro, em si, não deveria ter forçasuficiente para galgar uma queda tão intensa no dólar. A baixa excessiva pode levar a correções na abertura de amanhã.
“O mercado tinha viés negativo desde cedo em função da aprovação da reforma trabalhista no Senado, ontem, com vantagem de votos pró governo acima das expectativas. A fala da presidente do Federal Reserve (Fed), Janet Yellen, sinaliza a ideia de apenas mais uma elevação nos juros americanos, o que também enfraqueceu a divisa ao redor do globo”, diz o especialista da Advanced.
Neste contexto, o dólar comercial teve um dia de elevada volatilidade ao transitar entre a máxima de R$ 3,2420 (-0,36%) e a mínima de R$ 3,2060 (-1,47%). No mercado futuro, os contratos com vencimento para agosto seguiram a mesma direção e marcavam baixa de 1,42%, cotados a R$ 3.222,5.
Com informações da consultoria Safras & Mercado