O dólar caiu 0,82% nesta terça-feira, dia 9, e fechou a R$ 3,1420 para a venda – menor nível desde 15 de julho do ano passado. Segundo informações da Agência Safra, a queda vem em meio à perspectiva de que a desaceleração da inflação na China deixará o banco central do país mais propenso a estimular a economia e à expectativa de que o Senado votará pela abertura de um processo de impeachment contra a presidente afastada Dilma Rousseff.
“A possibilidade de o governo interino ser consolidado deixa o quadro mais positivo para o câmbio brasileiro”, afirma o economista do Haitong, Flávio Serrano. Segundo ele, os avanços da discussão do impeachment no Senado trabalham a favor desta percepção.
Para o analista econômico da Rio Gestão, Bernard Gonin, o cenário externo teve mais força na queda do dólar hoje. “Os dados de inflação da China vieram mais fracos, há expectativa de novas políticas de easing (afrouxamento) monetário, o que traz alívio para os emergentes”, disse.
Para esta quarta-feira, ele afirma que os investidores continuarão atentos aos resultados da votação do Senado sobre o processo de impeachment. “Se pelo menos três senadores mudarem de voto, o peso poderá ser negativo para o real”, disse Gonin. O analista ainda aponta que, caso a votação seja adiada, a questão pode pressionar o dólar para cima pela manhã.
Serrano aponta que os dados de estoque de petróleo dos Estados Unidos a serem publicados nesta quarta também poderão fazer a tendência de queda da moeda se reverter, caso pressionem mais o preço do petróleo para baixo. “De qualquer forma, a tendência do dólar é de queda para amanhã”, disse.