O dólar comercial fechou em alta de 0,59% no mercado à vista, cotado a R$ 4,2410 para venda, em dia de ajustes de fim de mês e após a forte queda no pregão de ontem, quando chegou ao nível de R$ 4,21. A liquidez reduzida nos Estados Unidos em reflexo de feriado e hoje, com o pregão encerrando os negócios mais cedo, corroboraram para a alta, antes do fim de semana.
“Depois de operar em forte queda na primeira parte da sessão, influenciado pela força dos vendidos na disputa [pela formação] da taxa Ptax de fim de mês, o dólar passou a subir, tentando companhar o movimento de seu par, o peso mexicano, no exterior”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik.
Na semana marcada por patamares históricos, com o recorde intraday em R$ 4,2770 e três pregões seguidos de máxima alcançando o fechamento inédito de R$ 4,2580, a moeda estrangeira fechou valorizada em 1,12%. Na segunda-feira, os dados da balança comercial brasileira não agradaram ao mercado ao apontar déficit.
Nesta quinta, o Ministério da Economia alegou erro nos cálculos de exportação e revisou os números para cima, passando para superávit no mês. Na sequência, o ministro da pasta, Paulo Guedes, disse que era preciso “se acostumar” com um dólar mais alto e um patamar de juros mais baixos no País.
“Os dados das contas externas geraram um ruído e o Guedes, uma figura importante como ele, gerou incertezas com as declarações”, avalia o economista da Tendências, Silvio Campos.
Diante disso, o Banco Central (BC) realizou quatro operações de venda de dólares no mercado à vista ao longo da semana, com a oferta de pelo menos US$ 4,0 bilhões. “O BC teve que mostrar toda a sua força e marcar forte presença para conter a escalada da moeda norte-americana”, comenta o analista da mesma corretora, Ricardo Gomes Filho.