A moeda norte-americana subiu 1,29%, a R$ 2,6853 na venda, maior cotação desde 29 de março de 2005 (R$ 2,698) e acumulando avanço de 3,36% nos quatro últimos pregões.
Na máxima desta sessão, o dólar foi a R$ 2,7019, alta de 1,91%. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,3 bilhão.
– O mercado já está com a pulga atrás da orelha, esperando uma sinalização mais contundente do BC sobre o programa de câmbio. Agora, com o mau humor no exterior, não há quem segure – disse o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Sob o atual modelo de intervenções e marcado para durar até o final do ano, o BC oferta diariamente até 4 mil swaps cambiais, que equivalem a venda futura de dólares.
O presidente da autoridade monetária, Alexandre Tombini, já afirmou que o atual estoque de swaps, correspondente a pouco mais de US$ 100 bilhões, já dá conta da demanda por proteção, alimentando expectativas de que o BC pode reduzir sua presença no mercado em 2015.
Nesta manhã, o BC vendeu a oferta total de até 4 mil swaps pelas atuações diárias, com volume equivalente a US$ 196,8 milhões. Foram vendidos 2,3 mil contratos para 1º de setembro e 1,7 mil para 1º de dezembro de 2015. Até então, em vez de ofertar swaps para dezembro, o BC colocava papéis para 1º de junho.
O BC também vendeu a oferta integral de até 10 mil swaps para rolagem dos contratos que vencem em 2 de janeiro, equivalentes a 9,827 bilhões de dólares. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 55 por cento do lote total.
À tarde, a autoridade monetária realizou ainda oferta de até 1 bilhão de dólares com compromisso de recompra em 5 de maio de 2015. A taxa de recompra da operação ficou em 2,773324 reais.
– Cada dia que passa o mercado fica mais ansioso sobre o BC. E, quando tem incerteza, o mercado busca proteção no dólar – disse o operador da corretora Intercam Glauber Romano.
O mercado também continuava sob a expectativa de quais medidas serão adotadas pela nova equipe econômica da presidente Dilma Rousseff para enfrentar o quadro de inflação alta e crescimento baixo, sobretudo via política fiscal.
O dólar ampliou os ganhos na segunda metade do pregão após os preços do petróleo anularem a breve recuperação e voltarem a cair, renovando as mínimas de cinco anos. A commodity vem reagindo à oferta abundante e demanda fraca, sintoma de fraqueza na recuperação econômica global.
O mau humor externo também era corroborado pela perspectiva de política monetária mais apertada nos Estados Unidos, que poderia atrair para o país recursos atualmente aplicados em países como o Brasil. O Federal Reserve, banco central norte-americano, reúne-se nesta semana e terá de decidir se descarta a promessa de manter os juros quase zerados por um “tempo considerável”.
– Os dados dos EUA têm vindo bons e os diretores do Fed têm se mostrado um pouco mais confiantes. Essa pode ser uma reunião importante – afirmou o operador de uma corretora internacional.