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Economia

Dólar fecha perto da máxima do dia após justiça soltar Lula

Na próxima semana, o mercado deverá repercutir a liberdade de Lula em meio à liquidez reduzida com feriados nos EUA

Dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em alta de 1,80% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1680 para venda, próximo à máxima do dia de R$ 4,1700 (+1,85%), reagindo à decisão do juiz do Tribunal Regional da 4 Região (TRF-4), Danilo Pereira Júnior, que autorizou na reta final dos negócios que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja solto após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. O real teve o pior desempenho entre as principais moedas globais. 

“A moeda passou a registrar máximas consecutivas em movimento de recomposição de posições defensivas, potencializado perto do fim da sessão, após a confirmação de que a justiça determinou a soltura do ex-presidente Lula”, comenta o analista da Correparti, Ricardo Gomes Filho.  

“O dólar operava em alta com alguma medida por conta também do cenário externo, mas nitidamente o mercado piorou quando foi confirmada a soltura de Lula”, acrescenta o economista-chefe da Necton, André Perfeito. 

Na semana, o dólar se valorizou em 4,25% frente ao real refletindo não só as incertezas no exterior em meio aos ruídos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas também a grande frustração do mercado doméstico com o megaleilão do pré-sal que não despertou o interesse de investidores estrangeiros, além de arrecadar menos do que o esperado pelo governo federal. O mercado aguardava uma entrada de fluxo que virá, dizem analistas. 

A forte valorização foi corroborada pela decisão do STF que definiu que o início do cumprimento da pena de prisão só pode acontecer quando houver trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais recursos cabíveis ao réu, e consequentemente, com a decisão de justiça de soltar o ex-presidente Lula.  

“A saída do Lula da prisão dá força para a oposição”, comenta o economista-chefe do Ourinvest, Fernanda Consorte. Com Lula livre, Perfeito avalia que, provavelmente, o clima político irá de novo se radicalizar, especialmente, porque todos os indícios dão conta de que o ex-presidente irá para o embate político em caravanas pelo país. “Isso pode atrapalhar em parte a agenda de reformas, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro se encontra politicamente frágil e praticamente sem partido”, reforça.  

Na próxima semana, o mercado deverá repercutir a liberdade de Lula, em meio à liquidez reduzida com feriados nos Estados Unidos e aqui, no fim da semana. “As atividades serão reduzidas em Brasília. A trajetória é de alta com fluxo menor e inicialmente, uma agenda de indicadores sem força para precificar a moeda”, analisa Consorte.

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