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Dólar opera em baixa antes do Fed

Muitos produtores agrícolas aproveitam alta para vender, enquanto outros esperam por cotações maioresO dólar opera em baixa nesta quarta, dia 17, revertendo seis dias seguidos de alta, mas ainda próximo das maiores cotações desde 2005, com os investidores demonstrando cautela antes da reunião do comitê de política monetária do banco central dos EUA. 

Por volta das 15h a moeda norte-americana descia 1,53%, cotada a R$ 2,692 na compra e R$ 2,693 na venda. Ontem, ela fechou o dia com valorização de 1,29%, acumulando avanço de 3,36% nos quatro pregões passados.

O mercado aguarda o resultado da reunião do Fed na expectativa de que ele sinalize quando elevará a taxa de juros dos Estados Unidos, atualmente entre zero e 0,25%. Especificamente, os investidores querem saber se a autoridade monetária retirará do comunicado com a decisão a frase “período considerável de tempo” para definir quanto tempo os juros permanecerão baixos.

A decisão está marcada para sair às 17h. O mercado também ficará de olho nas declarações da presidente do Fed, Janet Yellen, que concederá uma entrevista coletiva a partir das 17h30min.

No Brasil, o presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, reafirmou em encontro com jornalistas que a instituição está definindo os parâmetros para as operações de intervenção no mercado, cujo objetivo é conter a alta do dólar, em 2015.

O mercado continua reagindo às notícias vindas da Rússia, depois que o banco central decidiu ontem elevar a taxa de juros a 17%, gerando um clima de aversão a riscos que afetou uma série de emergentes, como o Brasil.

Soja e milho

A cotação elevada do dólar levou os contratos da soja para entrega em maio de 2015 a fecharem ontem, dia 16, em R$ 68,50 no porto de Rio Grande (RS). No mercado físico, em Passo Fundo (RS) a saca de 60 quilos seguiu em R$ 67,50. Na região das Missões, o preço ficou em R$ 67,00 a saca. No porto de Rio Grande, as cotações subiram de R$ 69,50 para R$ 70,00.

O milho também se beneficiou com a alta do dólar. Na BM&F, os contratos para março de 2015 fecharam a R$ 32,07. No mercado disponível de milho, no porto de Paranaguá o preço ficou inalterado, a R$ 30/31,00 a saca. No Porto de Santos, o preço esteve também a R$ 30/31,00 a saca. No estado do Paraná, a cotação comprador/vendedor em Cascavel ficou a R$ 25/26,00. Em São Paulo, o preço ficou em R$ 25/26,00, na Mogiana. Em Campinas CIF, cotação a R$ 29/29,50.

Segundo o analista da Consultoria Safras&Mercado Luiz Fernando Gutierrez, o movimento encorajou os produtores, que estavam retraídos, a voltar ao mercado e negociar a safra disponível. A tendência é de que esse movimento se mantenha.

– O dólar deve seguir em alta, então é possível que haja preços melhores do que hoje. O produtor deve ir escalonando – disse.

No entanto, há quem esteja esperando uma cotação maior para negociar. José Sismeiro, presidente da Aprosoja/PR e produtor rural, quer aproveitar o momento do dólar, junto com a expectativa que até março do ano que vem o preço do milho vai melhorar.

– Com a alta do dólar, as exportações estão de vento em poupa e [tem] a lei da oferta e da procura – disse ele. 

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