Você já imaginou uma aplicação terrestre em uma lavoura de cana-de-açúcar com 3 metros de altura? Você poderia pensar então no avião agrícola, que é viável, mas talvez a precisão fique comprometida. É nessa hora que entra um pequeno robô que tem ganhado o mercado e para 2018 promete entrar de forma mais agressiva e em escala: o drone.
O dispositivo aéreo não tripulado, indicado para lugares de difícil acesso e que exige precisão na aplicação, é uma ferramenta de gestão que já que capta dados que serão analisados por um profissional da área posteriormente, ou seja, não é possível alterar uma realidade em tempo real.
Daniel Bandeira, diretor financeiro de uma empresa que fabrica drones, garante: a utilização tem crescido e o voador já se mostra bastante versátil na agropecuária, como é o caso de uma lavoura em Goiás que fez todo o mapeamento para a pulverização a partir de um drone. O equipamento mostrou que a aplicação precisaria ser feita em apenas uma parte da plantação, que correspondia a 20%, o que acabou gerando economia ao produtor.
Os equipamentos são usados para a identificação de nematoide, topografia, irrigação de arroz (onde simulam alagamento de área baseado nas imagens feitas pelo equipamento) e cálculo de barragem, por exemplo. Tem até universidade do Rio Grande do Sul usando drone para correlacionar o uso de nitrogênio em trigo com o vigor da planta, o que a olho nu é inviável.
Pecuária
Não é só na lavoura que a tecnologia traz grande ajuda. “Na pecuária, estão começando a ter etiquetas de rádio frequência para identificação de gado e, em alguns casos, essas etiquetas monitoram a temperatura do rebanho e batimento cardíaco”, falou Bandeira.
A ajuda que vem do alto também pode prevenir crimes, já que algumas empresas estão usando drone para vigilância da propriedade por causa do roubo frequente de gado. Outra utilização é para o monitoramento contra outra espécie invasora que possa perturbar o rebanho.
Regulamentação
O diretor financeiro da empresa explica que em 2012 sugeriram à ANAC, um modelo de legislação específica para o uso de drones, que foi aprovada em maio deste ano. Mesmo com regulamentação própria, é necessário uma outra, mais específica para a pulverização com o robô, o que ainda não aconteceu.
O motivo da demora, segundo ele, é que esse tipo de decisão se baseia na legislação vigente para drones e na da aviação agrícola.