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Eduardo Cunha é preso pela Polícia Federal em Brasília

Pedido de prisão foi emitido pelo juiz Sérgio Moro; procuradores da Lava Jato afirmam que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso nesta quarta, dia 19, em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido nesta terça, dia 18, pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato na primeira instância.

Cunha chegou no hangar da Polícia Federal, no aeroporto de Brasília, perto das 14h, mas só embarcou às 15h. Acompanhado de cinco agentes da PF à paisana ele vestia um terno e não estava algemado. O ex-deputado deve chegar por volta das 17h na capital paranaense. A previsão é que siga direto para a carceragem da superintendência da PF em Curitiba e realize exames no IML somente amanhã.

Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações. Segundo a acusação, “há evidências” de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do país.

“Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não for afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, disse Moro na decisão.

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal, mas após a cassação a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro, já que Cunha perdeu o foro privilegiado.

Eduardo Cunha teve o mandato cassado pelo plenário da Câmara dos Deputados em 12 de setembro, perdeu foro privilegiado e teve parte dos processos remetidos à 13ª Vara Federal, em Curitiba.

Veja a cópia do mandado de prisão expedido contra Eduardo Cunha:

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