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Economia

Em dia caótico, dólar fecha a R$ 4,72 na maior alta desde novembro

Diante o cenário incerto no mercado mundial, a moeda renovou as máximas históricas de fechamento e alcançou o patamar dos R$ 4,79

dólar
Foto: Pixabay

O dólar comercial fechou em forte alta de 2% no mercado à vista, cotado a R$ 4,727 para venda, na maior alta percentual desde 6 de novembro de 2019 quando a moeda subiu 2,20%. Diante o cenário caótico que prevaleceu nos mercados globais em meio à crise do petróleo, a moeda estrangeira renovou as máximas históricas de fechamento e no movimento intraday ao alcançar o patamar de R$ 4,79. 

 “A moeda exibiu intensa volatilidade em um dia de caos nos mercados mundiais, que levaram ao derretimento do petróleo, das bolsas e das moedas emergentes ligadas às commodities”, comenta o diretor superintendente de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik. 

 A Arábia Saudita indicou que aumentaria a produção de petróleo e venderia os barris com desconto após o fracasso da reunião da Opep+ na semana passada travando uma disputa com a Rússia. Com isso, os preços dos contratos futuros do petróleo desabaram aos menores níveis desde 1991. A queda chegou a mais de 30%, com o barril abaixo dos US$ 30. No fechamento, a commodity acumulou perdas de 24% tanto para o WTI quanto o tipo Brent.  

Em dia de negócios suspensos (circuit breaker) na bolsa brasileira e nos Estados Unidos após as ficarem acima do limite, o destaque foi a atuação mais agressiva do Banco Central (BC) no qual ofertou US$ 4 bilhões em dois leilões de venda de dólares no mercado à vista.  

No primeiro, realizado logo após a abertura dos negócios com a autoridade monetária aumentando o valor de US$ 1 bilhão anunciados na sexta-feira para  US$ 3,0 bilhões em meio ao caos nos mercados globais. À tarde, o BC entrou de forma inesperada com o volume de US$ 1,0 bilhão, porém, foram aceitos US$ 465 milhões.  

Amanhã, com a agenda de indicadores mais fraca, o foco deverá seguir no petróleo e ainda, nos desdobramentos do coronavírus que se espalha por mais de 100 países e leva autoridades a elevar o tom quanto às medidas para conter o avanço da doença em países como Itália, onde se concentra o maior número de mortes em decorrência do vírus depois da China.  

“A crise do petróleo não deve dar trégua nos próximos dias. A tendência é de os ativos continuarem se desvalorizando. Acho que o Banco Central deveria manter os leilões à vista, usando as reservas cambiais do país, para conter a alta da moeda. Do contrário, a moeda seguir nesse patamar, acima de R$  4,70”, avalia o diretor de câmbio do Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

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