Uma das doenças de maior gravidade para a sojicultura, a ferrugem asiática, provocada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, tem suscitado o desenvolvimento de novas tecnologias para o combate de pragas na agricultura brasileira. Com previsão de lançamento em 2021, a startup brasileira Gênica apresentou, durante o Summit Agro Estadão, no painel Agrotech, um composto natural capaz de ativar as rotas bioquímicas naturais da planta, contribuindo para melhorar a eficácia no combate ao fungo que já levou a perdas de mais de 25% na produtividade da soja no País.
“O que temos percebido é que o composto não vai eliminar o uso de agroquímicos, mas será mais uma ferramenta no combate à ferrugem asiática”, explica Marcos Pateon, da Gênica.
O executivo lembra que os fungicidas ainda sofrem com uma obsolescência cada vez maior devido à má aplicação por parte dos produtores e à rápida adaptação e evolução dos patógenos.
Atualmente, 62,3% dos fungicidas vendidos no País são destinados à cultura da soja, segundo dados do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Secretaria de Agricultura paulista, citados pela Gênica.
Apresentado pela empresa como uma “vacina”, o composto ativa uma espécie de “defesa” natural das plantas antes que o fungo se desenvolva. “Como qualquer ferramenta, não existe milagre. Mas com a vacina temos mais uma opção importante no manejo da ferrugem”, ressalta Pateon.