A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) está preocupada com a inflação de custos na produção agropecuária catarinense. O valor médio nacional da energia elétrica, um dos insumos essenciais, em 2015 foi de R$ 0,3317/kWh. Isso representa alta de 50% se comparado ao mesmo período de 2014.
Necessária em todas as cadeias produtivas, a eletricidade é particularmente importante na cadeia do leite, nas etapas do campo e da indústria. Nos estabelecimentos rurais, é necessária para a ordenha mecânica dos animais, preparo da alimentação do rebanho por meio das “picadeiras” e resfriamento do leite, entre outras atividades.
O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, cita dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da Esalq/USP para realçar que o gasto com o grupo energia elétrica e combustível representou 3,2% dos custos operacionais efetivos (COE) no mês de setembro, considerando-se a média ponderada dos estados de Goiás, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Bahia.
Em 2014, a média nacional do preço da energia elétrica da classe de consumo rural, levando em consideração os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Norte, também dobrou no correr do ano, fechando na média de R$ 0,1928/kWh. A região Sul do País apontou a maior alta do ano, de 41,36%, e a região Norte a menor elevação, de 20,78%.
A estiagem que atingiu grande parte do Brasil, desde meados de 2014, reduziu consideravelmente a oferta de energia elétrica, uma vez que o País depende da gestão dos estoques de água nos seus reservatórios para atender a demanda interna. Com isso, foram acionadas as usinas termoelétricas, que levaram ao reajuste nas tarifas. Pedrozo acrescenta que o encarecimento dos combustíveis, defensivos e fertilizantes também afetou a competitividade da atividade agrícola e pecuária.