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Entenda como a China pode beneficiar o agronegócio brasileiro

Canal Rural separou os destaques da visita do primeiro-ministro chinês ao país, para mostrar como gigante asiático pode impactar na produção do BrasilO Brasil recebeu nesta semana o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, em uma visita que trouxe muitas expectativas para o agronegócio brasileiro. Durante encontro com a presidente Dilma Rousseff, os asiáticos retomaram os embarques de carne bovina brasileira, assinaram acordos para desenvolvimento de infraestrutura, entre outros investimentos.

Fonte: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Canal Rural separou os principais anúncios dessa visita da cúpula chinesa ao país. E nesta segunda, dia 25, às 19h, o Rural Notícias vai discutir a viabilidade da construção da Ferrovia Transcontinental, um projeto logístico ousado que foi discutido durante a visita chinesa. Vamos repercutir uma obra que pode mudar os custos de escoamento da safra brasileira.

Confira os principais impactos:

Exportações de carnes

A China confirmou a retomada do comércio a nove plantas frigoríficas brasileiras. São oito empresas de carne bovina e uma de aves. O acordo também deve trazer a habilitação de mais 17 frigoríficos para exportar para o país asiático a partir de junho, totalizando 26 plantas. Deverão ser nove plantas de bovinos, sete de aves e uma de suínos.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, combinou com o ministro da Administração de Inspeção de Qualidade e Quarentena da China, Zhi Shiping, de visitar o país em junho para buscar a autorização das demais plantas que não foram habilitadas hoje. Cada uma das 26 plantas estimadas tem potencial para gerar US$ 20 milhões em negócios por ano, o equivalente a US$ 520 milhões no total.

Infraestrutura

Os dois países assinaram também um ato que prevê o início dos estudos para a construção de uma ferrovia transcontinental, que pretende cruzar o Brasil no sentido leste-oeste, ligando o Oceano Atlântico ao Pacífico pela América do Sul.

Os governos brasileiro e chinês anunciaram a intenção de criar um fundo para investimento em projetos de infraestrutura por meio de um acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês). Segundo o subsecretário-geral político do Ministério das Relações Exteriores, embaixador José Alfredo Graça Lima, o valor de investimento para o fundo pode ser de até US$ 20 bilhões.

Participaram da comitiva chinesa mais de 100 empresários, que irão se reunir com autoridades, executivos brasileiros e representantes de diversos setores da economia, inclusive do agronegócio.

O advogado, especialista em infraestrutura, Bruno Werneck, do escritório Mattos Filho, aponta que o projeto, vislumbrado pelos chineses, está previsto nas obras do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) desde 2008, mas ainda não saiu do papel. A expectativa é que o capital chinês alavanque as obras e seja mais um canal para exportação de grãos do Brasil para um dos principais parceiros comerciais do país.

Para o coordenador-executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, esse projeto, se sair do papel, pode aumentar a exportação de grãos e melhorar economia do país.

Grãos

Mato Grosso do Sul e China também acertaram um acordo para a instalação de uma indústria de esmagamento de milho e soja no estado. O projeto prevê o processamento de 5,4 milhões de toneladas de grãos, que serão utilizadas pelo setor de conservação de alimentos. A obra com investimento chinês será no município de Maracaju e deve começar nos próximos dias.

Segundo a ministra Kátia Abreu, existe também a negociação de um acordo de cooperação entre a Embrapa e os chineses sobre produção de transgênicos. Essa negociação ocorrerá no fim do dia entre ela e Han Changfun, ministro da Agricultura da China. 

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