O intervalo entre o fim da colheita de verão em abril e o início da próxima safra, no caso a 2015/2016, a partir de 1 de julho, explica a queda de 2,7% do Produto Interno Bruno (PIB) da agropecuária no segundo trimestre deste ano ante o primeiro. A avaliação é do diretor executivo da Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef), Eduardo Daher.
– No segundo trimestre os dados sempre aparecem dessa forma, porque é o início da entressafra. Era de se esperar que fosse mais fraco. As indústrias de fertilizantes, defensivos, calcário, máquinas, costumam dar preferência a este período para fazer manutenções nas fábricas e conceder férias a funcionários – declarou Daher.
Além disso, para o executivo os dados no primeiro trimestre foram positivos porque ainda refletiam os resultados do fim de 2014.
A alta de 1,8% no PIB do segundo trimestre de 2015 em comparação com o mesmo período de 2014 também se deve, em boa medida, à valorização do dólar ante o real, que traz aos exportadores de grãos maior receita em real, segundo o diretor da Andef.
Olhando para frente, os últimos seis meses de ano deverão ser mais importantes para o setor agrícola, acompanhando o histórico do setor.
– Se houve um crescimento [no 2º trimestre de 2015 ante igual período de 2014], é um bom prenúncio de que vamos fechar este ano um pouco melhores do que em 2014. O agronegócio brasileiro continua pagando a conta do PIB – disse.
Ele mencionou que, segundo analistas ouvidos pela associação, a expectativa é de que o PIB da agropecuária feche o ano em alta de 2% a 3,3%.