A estiagem no último trimestre de 2019 e agora no último semestre de 2020 tem complicado a vida do produtor rural do Rio Grande do Sul. O La Niña vigente este ano, que já é considerado forte pela NOAA, Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos, é um dos grandes vilões que colaboraram com a falta de chuva neste ano para o estado.
Regiões que representam 90% da produção de milho no Rio Grande do Sul e incluem as porções norte e nordeste do estado podem ter uma quebra de até 80% por conta da estiagem. “Sem contar as lavouras que possuem alguma irrigação, as outras já foram embora, mesmo se chover não tem o que fazer”, afirma Valdecir Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul.
Segundo o meteorologista da Somar, Celso Oliveira, quando o milho perde o potencial de produção ele não reverte com a volta da chuva. Para a soja, que ainda está no início da instalação, quem perdeu pode tentar o replantio. “Vai dar para aproveitar a chuva que vai acontecer na semana que vem para a soja, só que o produtor tem que levar em consideração que estamos com o fenômeno La Niña atuando, então a recomendação é usar sementes de ciclos mais longos ou médios que aguentam mais a irregularidade das pancadas na fase de desenvolvimento vegetativa”, diz Celso Oliveira.
Outra dica é plantar de forma escalonada. Mesmo com a expectativa de chuva mais frequente a partir da semana que vem e da virada do mês, plantando de forma escalonada você não fica com toda a cultura em fase vulnerável em um período de estiagem. “O La Niña é um risco para o Sul. Obviamente o produtor vai ter que plantar, mas ele precisa de um pouco de cuidado no manejo para mitigar as perdas”, afirma Celso.