O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, negou as informações de que teria participado de um suposto esquema para liberar dinheiro de dívidas decorrentes de sentenças judiciais, conhecidas como precatórios, em troca do apoio de parlamentares quando era governador de Mato Grosso.
Nesta sexta-feira, dia 4, o jornal Folha de São Paulo publicou uma reportagem na qual o ex-governador do estado, Silval Barbosa, relata em delação premiada que Maggi teria feito o esquema quando estava no comando do governo. Segundo Barbosa, Blairo teria tentado obstruir a Justiça em relação à operação Ararath, realizada pela Polícia Federal e deflagrada em 2010, para apurar o pagamento desses precatórios.
Maggi afirmou, por meio de nota, que nunca houve ação para obstruir a Justiça ou atrapalhar investigações e que o rito de pagamento de precatórios foi absolutamente legal. O ministro da Agricultura também lamentou que possíveis acordos de delação premiada, muitos ainda não homologados pelo STF, coloquem em dúvida sua credibilidade.
Veja, na íntegra, a nota publicada pelo ministro:
Deixo claro, desde já, que causa estranheza e indignação que possíveis acordos de colaboração, muitos ainda não homologados, coloquem em dúvida a credibilidade e a imagem de figuras públicas que tenham exercido com retidão, cargos na administração pública. Mesmo assim, diante dos questionamentos, vimos a público prestar os seguintes esclarecimentos:
1. Nunca houve ação, minha ou por mim autorizada, para obstruir a justiça ou atrapalhar as investigações. Essa afirmação é mentirosa, leviana e criminosa.
2. O rito obedecido no caso dos pagamentos de precatórios à Andrade Gutierrez foi absolutamente legal, com atuação dos órgãos consultivos da estrutura do governo do Estado de Mato Grosso, e de acordo com os procedimentos exigidos.
3. O destino dos recursos já no âmbito da iniciativa privada não é da alçada de um governador de Estado, de modo que desconheço, em absoluto, qualquer relação comercial entre a Andrade Gutierrez e a empresa Piran Participações.
4. Nunca participei de qualquer reunião com fins espúrios, seja como governador ou em qualquer outra função que já desempenhei nas iniciativas públicas ou privadas.
5. Jamais utilizei de meios ilícitos na relação entre o Poder Executivo e a Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso. Sempre respeitei o papel constitucional das Instituições e pautei a relação harmônica entre os poderes sobre os pilares do respeito à coisa pública e à ética institucional;
6. Por fim, entendo ser lamentável os ataques a minha reputação, mas estou com a consciência tranquila e assim que tiver acesso ao teor da possível delação usarei de todos os meios legais necessários para me defender, pois definitivamente acredito na Justiça. O momento exige serenidade e responsabilidade.
Blairo Maggi