Com clima desfavorável neste primeiro semestre do ano a fruticultura brasileira contabilizou redução de 11% em valor e volume nas exportações de frutas.
Entretanto, apesar desses e de outros fatores que contribuíram para essa redução, melão, limão e melancia tiveram aumento nos primeiros seis meses do ano quando comparado ao mesmo período do ano anterior.
Nas exportações de melão, a média do semestre totalizou mais de US$ 56,1 milhão em faturamento, aumento de 7%. Os embarques totalizaram 94,1 mil toneladas de frutas, 9% a mais que no mesmo período do ano anterior.
De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), historicamente, a América Central costumar enviar grandes quantidades de melões à União Europeia (UE) neste primeiro semestre.
Contudo, devido a alguns problemas climáticos, os volumes enviados tiveram uma redução significativa, este fator fez com que o Brasil deslocasse parte dos melões que seriam comercializados no mercado interno para exportação, visando atender o crescimento da demanda da Europa.
A melancia também registrou acréscimo, foram 20% de aumento em volume e 32% em valor. O diretor executivo da Abrafrutas, Eduardo Brandão, afirma que o crescimento das exportações de melancia pode ser justificado pelos mesmos motivos do melão, porém acrescido do aumento no consumo de melancia na Europa, resultado da melhoria na qualidade dos frutos.
Nas exportações de limão, a média do semestre totalizou US$ 75,9 milhão, aumento de 12% no faturamento. Os embarques totalizaram quase 90 mil toneladas de frutas, 14% a mais que no mesmo período do ano anterior.
Esse crescimento, segundo a Abrafrutas, é justificado pelo aumento nas áreas de plantio e pela entrada de novos players no mercado de exportação. Além disso, a busca por maior imunidade devido a covid-19 tem gerado desde 2020 um aumento no consumo de limão na Europa, principal destino das exportações de frutas brasileiras.
Análise
Outras frutas como manga e uva tiveram redução. O clima desfavorável no Vale do São Francisco (VSF) no primeiro semestre de 2022 foi um dos principais fatores que afetou as exportações dessas frutas. “As chuvas afetaram a produtividade e a qualidade dos frutos produzidos, o que provocou a redução nos volumes exportados e a queda nos preços pagos no mercado externo”, explicou o diretor da Abrafrutas.
As exportações de maçã também registraram baixa motivada pela quebra de aproximadamente 30% na safra devido à estiagem nas áreas de produção no Sul do Brasil ocasionou a queda de produtividade e redução do tamanho das frutas, sobretudo na variedade Gala, fator que restringe os mercados para maçã. Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia corroborou para este resultado nas exportações de maçã, lembrando que a Rússia é um dos principais destinos da fruta produzida no Brasil.
Próximo semestre
Apesar desse registro, o diretor da Abrafrutas acredita em uma melhora nos próximos meses e que, no segundo semestre, o setor pode sim alcançar os mesmos números de exportações do mesmo período de 2021.
“A previsão para os próximos meses é de clima favorável, o que provavelmente resultará na melhoria da qualidade das frutas e da produtividade, com isso, voltarmos a crescer. Sabemos que devido ao fraco desempenho no primeiro semestre, será difícil superarmos o desempenho de 2021, porém, como historicamente o volume das exportações crescem nos últimos seis meses do ano, estamos na esperança de ao menos igualar aos números de exportações do ano passado”, afirmou Brandão.