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Exposição em SP tenta quebrar tabu alimentar com degustação de insetos 

No mundo existem, aproximadamente, 1.800 espécies de insetos que são utilizadas como alimento por populações humanas, sendo 100 espécies conhecidas no Brasil

Insetos
Foto: APTA/Divulgação

O governo de São Paulo promove neste sábado, 12, um evento de degustação de pratos contendo insetos. Esse tipo de alimento já é consumido regularmente por 2 bilhões de pessoas em 130 países e um estudo realizado pelo banco britânico Barclays mostra que o mercado de insetos comestíveis pode chegar a US$ 8 bilhões até 2030.

Assim como a criação de qualquer outro animal, a produção de insetos também faz parte do agronegócio. “A mostra Planeta Inseto tem o objetivo de apresentar como os insetos estão presentes no dia a dia, tanto no ambiente urbano, como no ambiente rural. Temos trabalhado também para mostrar que eles já são e podem ser inseridos na alimentação humana. No Planeta Inseto explicamos o que é a antropoentomofagia, ou seja, a alimentação humana por insetos. Neste evento, o público terá oportunidade de ver na prática e ter uma experiência gastronômica”, afirma Harumi Hojo, pesquisadora do Instituto Biológico (IB-APTA) e coordenadora do Planeta Inseto.

A ação busca quebrar o tabu alimentar atual e mostrar que os insetos já estão inseridos em alimentos consumidos em todo o mundo, inclusive no Brasil, que são gostosos e uma excelente fonte de nutrientes. No mundo existem, aproximadamente, 1.800 espécies de insetos que são utilizadas como alimento por populações humanas, sendo 100 espécies conhecidas no Brasil. As espécies criadas mais comuns e usadas na alimentação são os besouros tenébrios, grilos, baratas-douradas e barata-de-Madagascar.

“A Organização das Nações Unidas para Alimentação (FAO) e Agricultura lançou em 2013 um programa em que orienta a população a comer insetos como forma de combater a fome e promover a segurança alimentar. Os insetos são de alto valor biológico e são participantes da gastronomia sustentável. Queremos no evento do Planeta Inseto desmistificar e mostrar que também podem ser gostosos”, afirma Antonio Batista Filho, coordenador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).

O bugs cook (cozinheiro de insetos) Casé Oliveira explica que os insetos têm alto valor biológico, são ricos em proteína, ferro, fibras solúveis e insolúveis, além de gorduras boas. “O grilo, por exemplo, possui 48% de proteína, enquanto a carne de frango possui 23% e a bovina 20%. A produção de insetos também é bastante sustentável. Com um quilo e meio de ração é possível produzir um quilo de insetos. A criação de insetos também não precisa da oferta de água e a quantidade de excremento gerada é baixa e pode ser usada diretamente no cultivo de plantas, não sendo necessário curtir o esterco, como ocorre com o excremento de bovinos”, afirma.