Faemg divulga balanço do agronegócio mineiro em 2015 e expectativas para 2016

Produtores descapitalizados enfrentaram o aumento nos custos de produção e os prejuízos causados pela estiagem

Fonte: Leônidas Badaró / Agência de Notícias do Acre

Um dos setores mais resistentes da economia brasileira, o agronegócio também fechará 2015 amargando efeitos da crise, de acordo com a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg). De acordo com o presidente da instituição, Roberto Simões, produtores descapitalizados enfrentaram o aumento nos custos de produção e os prejuízos de pelo menos dois anos consecutivos de estiagem. O resultado, em Minas Gerais, teria sido um crescimento inexpressivo de 0,65% no faturamento da agropecuária; um dos piores desempenhos do setor na última década, de acordo com a Faemg.

Para Simões, a perspectiva para 2016 é ainda pior, e o momento deve ser de cautela para os produtores rurais. “Deve ser um ano de perdas maiores, com fenômenos climáticos mais vigorosos, conjuntura econômica desfavorável, aumento muito maior dos custos, com mais impacto da alta do dólar e, por fim, um mercado consumidor muito mais descapitalizado. Nossa orientação é que se foquem na gestão dessa nova safra, e que contenham investimentos”, diz ele.

O presidente da Faemg destacou ainda outros desafios para o setor, como a falta de segurança no campo, a necessidade de adequação dos produtores à legislação ambiental e problemas de infraestrutura. Lembrou também a importância do acesso dos produtores à tecnologia, uma vez que, para aumentar a produção sem expansão horizontal, será preciso maior produtividade e sustentabilidade, alcançadas através de pesquisa e assistência técnica aos produtores.

Por outro lado, Simões afirma que alguns setores podem ser beneficiados pela abertura de novos mercados: “Carne e leite têm boas perspectivas de negociações com importantes mercados, como a Rússia, China, Estados Unidos e Arábia Saudita. A questão cambial é muito favorável às exportações brasileiras. Pode estar aí uma oportunidade para o setor, desde que o Governo saiba aproveitá-la com mais agilidade nas negociações, privilegiando acordos bilaterais e efetivação de remessas aos principais compradores ”.