Fiscais federais agropecuários começam greve nesta quinta

Com ausência da emissão de certificações internacionais em produtos de origem animal e vegetal, exportações serão prejudicadas

Após as tentativas de negociação pela reposição das perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos, por pleitos específicos da carreira e diante das medidas de ajuste fiscal anunciadas pelo governo federal, os fiscais federais agropecuários entram em greve a partir desta quinta, dia 17. As medidas do governo foram discutidas na terça, dia 15, pelo Comando Nacional de Mobilização dos fiscais federais agropecuários.

De acordo com o presidente do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical), Maurício Porto, a categoria repudia veementemente a tentativa de desmonte do serviço público e a perda das condições dignas de trabalho dos profissionais.

– Hoje, 56% dos fiscais na ativa já têm condições de se aposentar. A não reposição desses profissionais, em razão do cancelamento dos concursos públicos, além da eliminação do abano de permanência, certamente, afetará todos os cidadãos – declarou o presidente.

A realização de concurso público é uma das reivindicações específicas da carreira que, além da reposição salarial, pleiteia a mudança da nomenclatura para auditor fiscal, a regulamentação do adicional de fronteiras e a ocupação dos cargos de gestão do Ministério da Agricultura por meritocracia.

A greve foi aprovada pela categoria, em assembleia nacional, no dia 11 de setembro. Na ocasião, os profissionais rejeitaram, por maioria, a proposta do Ministério do Planejamento apresentada na quinta, dia 10, com alteração da nomenclatura do cargo e reajuste de 21,3% em quatro anos.  No total, 91,9% dos fiscais rejeitaram a sugestão do governo.  A greve recebeu posição favorável de cerca de 68,3% dos votantes. 

A paralisação deverá atingir portos, aeroportos e postos de fronteira, além dos frigoríficos – que terá o acompanhamento dos fiscais, mas não a emissão da certificação internacional. Para o presidente Maurício, as exportações serão as mais prejudicadas com a paralisação.

– Com a greve, as certificações dos produtos de origem animal e vegetal não serão emitidas e, com isso, eles não poderão sair do país –destaca. Maurício reforça também que serão mantidos todos os serviços essenciais à garantia da saúde pública e da sanidade animal e vegetal.