Os fiscais federais agropecuários decidiram na noite desta sexta, dia 2, em assembleia nacional, pelo fim da greve. A paralisação durava desde 17 de setembro. O acordo só aconteceu depois de os ministérios da Agricultura e do Planejamento aceitarem o reajuste de 10,8% dos salários, a ser feito nos próximos dois anos. Outro ponto acordado foi a mudança da nomenclatura da categoria, para auditor fiscal federal agropecuário.
As revindicações tinham sido aceitas pelo governo nesta quinta-feira, dia 1º, após reunião com representantes do Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa). Segundo o presidente da entidade, Mauricio Porto, ainda há pendências com o Ministério da Agricultura, por isso a categoria está “em estado de assembleia nacional permanente”.
A greve dos fiscais federais agropecuários gerou prejuízos aos exportadores brasileiros, em especial os de milho, que embarcam produto nesta época do ano, e algodão.
Segundo o presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes, um grande exportador de algodão teve de recorrrer à associação após ter dificuldades para emitir o certificado fitossanitário de um carregamento já em trânsito. “Estamos enfrentando problemas homéricos, especialmente os exportadores de milho e de algodão – disse Mendes”, diz ele.
Na segunda, dia 28, o juiz substituto da 4ª vara federal do Distrito Federal, Frederico Botelho de Barros Viana, acatou um pedido de liminar em mandado de segurança interposto pela Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) contra a greve. Segundo afirmou o juiz na sua decisão, “há a possibilidade de lesão irreparável ou de difícil reparação, a indicar a necessidade de se conceder medida liminar”.