De acordo com o relator da CPI do MST, o deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), o atual modelo de reforma agrária no Brasil é fracassado e ineficaz.
Em entrevista ao Mercado&Cia, Salles apontou vários problemas enfrentados pelos assentados, incluindo conflitos fundiários, violência, submissão política e falta de autonomia econômica.
Ele argumentou que muitos assentados estariam em melhor situação financeira se não estivessem envolvidos na agricultura, e criticou as lideranças do MST por manterem um vínculo de clientelismo com os assentados, impedindo a independência econômica.
O comentarista do Canal Rural Miguel Daoud concordou com a posição de Ricardo Salles de que não há espaço para uma reforma agrária no momento, argumentando que existem cerca de 2 milhões de propriedades no Nordeste que não estão produzindo como deveriam e que se tornaram dependentes de programas de assistência social.
Daoud sugeriu que, ao invés de uma reforma agrária, o foco deveria ser dado a mecanismos que estimulem a produção nas propriedades já existentes.
CPI do MST
Salles rebateu as declarações de João Pedro Stédile, líder do MST, que afirmou que metade da produção agrícola do país é “burra” por se concentrar apenas no lucro.
O deputado também trouxe à tona questões sobre supostos desvios de recursos destinados ao MST.
Ele mencionou a Associação Brasil Popular, que tem vínculos com o MST e é acusada de receber fundos de entidades públicas.
Segundo Salles, esses fundos não são adequadamente direcionados para a reforma agrária e podem estar sendo usados para outros fins.
O parlamentar também destacou a importância de defender o direito à propriedade e enfatizou a necessidade de revogar restrições à posse de armas no campo. Ele também alertou sobre mudanças no sistema eletrônico de controle de áreas invadidas, que poderiam enfraquecer o combate às invasões de terras.