O cálculo foi definido após pesquisa com mais de 250 empresas do setor. A diferença teria origem, principalmente, na inflação dos insumos que compõem os custos e na defasagem de frete que viriam se acumulando ao longo dos últimos anos.
– Embora parte do mercado tenha se mostrado sensível às necessidades da recomposição dos fretes, isso não tem efetividade na prática. Prova disso são as dificuldades que as empresas de transporte estão enfrentando para vislumbrar a recuperação de suas margens – afirma o coordenador do Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da entidade, Neuto Gonçalves dos Reis.
Segundo a NTC&Logística, os custos têm sido pressionados nos últimos anos por uma série de fatores, como ineficiência de terminais de carga, barreiras fiscais, aumento de restrições à circulação em centros urbanos, questões trabalhistas e elevação de exigências dos clientes.
Também colaboram para aumentar os custos condições precárias de infraestrutura enfrentadas pelas empresas e escassez de mão de obra qualificada, que registra atualmente uma falta de 106 mil motoristas no mercado, diz a associação.
Outros custos
Para o presidente da NTC&Logística, José Hélio Fernandes, custos e serviços adicionais não remunerados pelas tarifas muitas vezes são superiores ao frete arrecadado. Este seria o caso dos custos provenientes de paletização, guarda de mercadorias, uso de escoltas, tempo de espera para realizar carga e descarga, entre outros.
O roubo de cargas também é apontado como fator de elevação dos custos. Muitas operações, segundo a associação, exigem a utilização de escolta armada, requerem carretas blindadas e até escolta aérea.
A NTC&Logística, que tem mais de 3 mil associadas, afirma que o estudo que apontou a defasagem nos fretes tende a se tornar ainda maior, considerando que grande parte das convenções coletivas dos trabalhadores do setor está prevista para o próximo mês de maio.