A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) revisou nesta sexta, dia 17, a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no fechamento de junho por causa de aumentos maiores do que o previsto em leite, feijão e batata. Agora, a instituição estima que o indicador, que mede a inflação na cidade de São Paulo, encerre o mês em 0,52%. Na semana passada, a estimativa era de alta de 0,48%.
Na segunda quadrissemana de junho, o IPC manteve a mesma taxa de variação de 0,40% em relação a igual intervalo anterior. “A previsão está relacionada com o excesso de chuvas em regiões produtoras e o excesso do frio”, argumentou Moacir Mokem Yabiku, gerente técnico de Pesquisas do IPC da Fipe. “Não esperávamos altas tão fortes em leite, feijão e batata. São todos alimentos básicos das famílias.”
Uma das principais ameaças ao orçamento doméstico nos últimos dias, a alta de 12,34% do feijão contribuiu com 0,06 ponto porcentual dos 0,40% registrados pelo IPC na segunda quadrissemana de junho. Yabiku destaca que, na comparação com a segunda semana de maio, o grão apresenta alta de 32,78%. “A segunda safra do feijão não deve ser muito boa no Sul por causa da geada. Isso nos sugere que os preços ao consumidor devem subir ainda mais”, afirmou.
A contribuição do leite longa vida no IPC foi de 0,07 ponto porcentual. Na quadrissemana, o item subiu 7,13%. “Já há um comportamento sazonal de alta de preços do leite no inverno, por aumento de custos para o produtor. Mas este excesso de chuvas nas últimas semanas pode estar comprometendo a oferta”, disse.
Já a alta de 15,53% da batata teve peso de 0,04 ponto porcentual no IPC da semana. Além do avanço destes três produtos, Yabiku destacou dois itens que tiveram reajuste autorizado desde maio.
A água subiu 6,12% entre a primeira e a segunda quadrissemana de junho e foi o item de maior peso na alta do IPC, com contribuição de 0,10 ponto porcentual. “Isso é reflexo do recente reajuste de água e esgoto em São Paulo. Ainda devemos ter impacto nas próximas quadrissemanas”, destacou.<p><p>Porém, os cigarros, cuja alta de 6,85% impactou em 0,08 ponto porcentual do IPC nesta quadrissemana, devem fechar o mês sem apresentar alta, com o fim do efeito do reajuste.