Circulam nas redes sociais fotos e relatos sobre gafanhotos “gigantes” em Santa Catarina. Apesar de o tamanho assustar, os insetos são nativos do país e não representam risco para a agricultura. É o que diz o Marcelo de Haro, entomologista da Estação Experimental da Epagri, em Itajaí, que gravou um vídeo (veja acima) para tranquilizar os produtores e minimizar qualquer dano que pode ser causado pelo gafanhoto.
“É importante esclarecer que esses insetos não representam nenhum problema para a agricultura, para os humanos ou animais, apesar do seu tamanho. Eles não formam nuvens, como os gafanhotos que atacaram a Argentina no ano passado”, explica.
Ele acredita que o assunto ganhou repercussão nas redes devido ao caso da nuvem de gafanhotos observada na Argentina. “Todo ano nós temos a ocorrência desse gênero de gafanhoto na região . Além disso, a forma como as fotos foram divulgadas nas redes sociais passam a impressão de que o tamanho do gafanhoto é maior do que visto a olho nu. Um inseto adulto pode chegar a 10 cm”, destaca Haro.
De acordo com o especialista, o tamanho assusta mesmo, porque se tratam de algumas das maiores espécies de gafanhotos do mundo. “Mas é comum o aparecimento deles nesta época do ano. Eles migram de região de mata para as cidades, depois de um período quente e dias antes da entrada de uma massa de ar frio. Segundo Haro, com a chegada do inverno, a tendência é de que os insetos despareçam.
O entomologista da Epagri explica que esses gafanhotos são do gênero tropidacris. Espécies nativas do nosso continente americano e estão distribuídos em toda a América Latina. “No Brasil, inclusive, você pode encontrar essas espécies desde o Nordeste até o Sul”, diz.