Relatório divulgado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira, 2, indica que já chega a seis o número de municípios em que foram registrados focos de gafanhotos no noroeste do estado.
Entre 30 de novembro e 2 de dezembro, três equipes de fiscais estaduais agropecuários notificaram a presença de insetos em Santo Augusto, São Valério do Sul, Chiapeta, Coronel Bicaco, Campo Novo e Bom Progresso.
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“Foram identificadas pelos especialistas duas espécies de gafanhotos, pertencentes à família Romaleidae: Zoniopoda iheringi e Chromacris speciosa. Não se tratam de gafanhotos migratórios da família Acrididae, pela qual foi motivada a Portaria de Emergência Fitossanitária devido ao risco de ingresso pela Argentina a partir do mês de maio”, informa o engenheiro agrônomo e chefe da divisão de Defesa Sanitária Vegetal da secretaria, Ricardo Felicetti.
Gafanhotos em áreas agrícolas
Os fiscais vitoriaram 4.740,5 hectares no período. Desse total, 58,26% (2.762 ha) foram áreas de mata nativa e 41,74% (1.978,5 ha) áreas agrícolas, com cultivo de soja, milho e resteva de culturas de inverno.
Nos cultivos agrícolas, havia gafanhotos em 76,37% da área (1.511 hectares). De acordo com o relatório, os danos nesses locais são pequenos até o momento; em áreas com foco maior foi observada uma desfolha de cerca de 10%, especialmente na bordadura com as matas nativas.
Segundo os fiscais agropecuários, em áreas de mata há grande infestação de gafanhotos principalmente em exemplares de timbó (Ateleia glazioveana), com desfolha de até 100% das plantas.
Condições climáticas
O relatório da Seapdr indica que as condições climáticas provavelmente favoreceram a proliferação dessas espécies de gafanhotos. Baixa precipitação e altas temperaturas, associadas à estiagem em duas safras de verão consecutivas, afetaram a região.
Os técnicos também chamam atenção para a manutenção de altas temperaturas e estiagem previstas para o estado, devido ao fenômeno La Niña. Essas condições poderiam agravar as infestações ou mesmo possibilitar o aparecimento de focos em outras regiões.