Gasolina sobe 6% e diesel, 4%

Reajuste dos preços, feito pela Petrobras, vale a partir desta quarta

Fonte: Arquivo/Agência Brasil

A Petrobras informou, na noite desta terça, dia 29, que decidiu reajustar os preços de venda de seus combustíveis nas refinarias. Os reajustes são de 6% na gasolina e de 4% no óleo diesel.

Os aumentos já valem a partir desta quarta, dia 30, e são em valores médios no Brasil. Segundo a estatal, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste anunciado não incluem os tributos federais CIDE e PIS/Cofins e o tributo estadual ICMS.

A recomposição de preços é uma estratégia da companhia para recuperar sua situação financeira e permitir que possa manter os investimentos previstos.

Etanol

O aumento sazonal de preços do etanol no quarto trimestre do ano, quando a colheita da safra de cana-de-açúcar entra na reta final no Centro-Sul do país, tende a ser mais intenso em 2015 após o reajuste da gasolina pela Petrobras. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e sócio-diretor da consultoria Canaplan, Luiz Carlos Corrêa Carvalho.

– Entramos agora em uma fase em que os valores devem aumentar, porque há limite de oferta – disse.

O etanol é o concorrente direto da gasolina nos postos de combustíveis, e qualquer mudança de preço no derivado de petróleo provoca impacto na cotação do biocombustível. Pelo levantamento mais recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP), o hidratado atualmente está cotado, sem impostos, a R$ 1,30 por litro nas usinas de São Paulo, principal polo consumidor do país. Na última entressafra de cana, o litro de álcool para o produtor chegou a bater em R$ 1,41.

Mais cedo, o banco Credit Suisse divulgou relatório em que prevê aumento de 3,5% para o preço da gasolina nas bombas e de aproximadamente 5% para o hidratado, passando de R$ 1,30 para R$ 1,36.

Segundo Corrêa Carvalho, a alta da gasolina, embora positiva para o setor sucroenergético, não deve esvaziar pleito do segmento pela recomposição integral da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) no combustível fóssil.

– Essa demanda continua forte, após a fala da presidente Dilma Rousseff na ONU (Organização das Nações Unidas) e em meio à expectativa da COP 21 – afirmou.

No último domingo, 27, durante discurso na Conferência da ONU para Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, Dilma propôs que o Brasil corte as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, ambos os valores relativos aos níveis de 2005. O item faz parte da INDC brasileira, sigla em inglês no jargão climático para o conjunto de compromissos que os países têm de propor para mudanças climáticas.