MARCHA DAS MARGARIDAS

Governo federal retoma programa de reforma agrária

O Programa Nacional de Reforma Agrária, assinado por Lula, vai priorizar as famílias chefiadas por mulheres

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou o decreto que cria o plano emergencial de reforma agrária durante o encerramento da Marcha das Margaridas, em Brasília, nesta quarta-feira (15).

O presidente também firmou outros sete decretos que estipulam diretrizes governamentais para as mulheres — incluindo a instituição do pacto nacional de combate aos feminicídios.

A marcha que percorreu aproximadamente 15 quilômetros até a Esplanada dos Ministérios nesta manhã reuniu mulheres provenientes de todas as regiões do país e acontece a cada quatro anos.

O governo afirma que a retomada da redistribuição de terras beneficiará mais de 45,7 mil famílias, recebendo apoio de assistência técnica e extensão rural. O programa também planeja destinar R$ 13,5 milhões para atender mulheres rurais e trabalhar na área da agroecologia.

“Eles precisam saber que os filhos das agricultoras podem se tornar doutores. As pessoas querem melhorar suas vidas. Chega dos 500 anos de exploração. Nosso governo estará ao lado das mulheres do campo”, disse Lula.

O governo anunciou também que 5.711 novas famílias serão assentadas em oito novos assentamentos, regularizando a situação de outras 40 mil famílias.

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o Plano Nacional de Reforma Agrária será lançado ainda em 2023.

“Vamos lançar o compromisso ainda este ano, para instituir o terceiro Plano Nacional de Reforma Agrária, e estamos criando o decreto que forma o grupo de trabalho responsável por desenvolver o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural para jovens mulheres que queiram permanecer no campo”, disse Teixeira.

O presidente Lula também assinou outros seis programas, incluindo o Pacto Nacional de Prevenção ao Feminicídio, que estabelece unidades móveis para acolhimento e orientação de mulheres.

O presidente enfatizou a necessidade de promover uma cultura de respeito. “Não toleramos mais discriminação, misoginia e violência de gênero. Não podemos conviver com a realidade em que tantas mulheres são agredidas e mortas diariamente em suas casas”, afirmou.

No evento, Lula voltou a criticar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “Vocês retiraram aquele fascista, que é também genocida, do poder. Isso foi realizado para demonstrar a este país e ao mundo que o Brasil é capaz de tratar a sua população com consideração”, atirou.

“Não estamos buscando apenas utilizar veículos de tração animal. Nós desejamos possuir automóveis. Nós desejamos ter motocicletas. Nós almejamos adquirir o que é necessário. Este governo não falhará em atender às suas necessidades”, reiterou Lula.