Já dura mais de seis horas a reunião entre o governo federal e representantes dos caminhoneiros no Palácio do Planalto em Brasília. O presidente da República, Michel Temer, que cumpriu agenda no Rio de Janeiro e não participou do encontro, garantiu por telefone ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, que o preço do diesel ficará congelado por um mês e que a Petrobras vai reajustá-lo apenas a cada 30 dias.
Nesta quarta-feira, dia 24, o presidente da companhia, Pedro Parente, havia anunciado que a atualização dos preços seria a cada 15 dias. A medida serve para dar mais previsibilidade aos caminhoneiros e interfere, de certo modo, na política da empresa. Os transportadores queriam 45 dias, mas aceitaram a proposta. Mesmo assim, não há uma sinalização concreta de que a greve vai acabar.
Governo e caminhoneiros trabalham para a assinatura de um termo de compromisso. A pauta inicial de cinco reivindicações passou para 12 itens. Agora, os caminhoneiros querem a votação do PIS/Cofins no Senado e a aprovação de uma tabela de preços dos fretes, vinculada ao preço do óleo diesel. A proposta também está no Senado. Outra demanda é pela isenção de pedágios nas rodovias federais para caminhões com eixo suspenso, o que já é lei, mas não é respeitado em alguns estados como São Paulo, por medidas judiciais.
Segundo o deputado Valdir Colatto, o principal entrave na negociação agora é o pedido pela aprovação da tabela de fretes, o que depende do Congresso Nacional e o poder executivo não conseguiu garantir.
Quanto ao PIS/Cofins, o governo sugeriu que ao invés de zerar a incidência sobre o diesel, como foi aprovado pela Câmara dos Deputados, seria mantida a cobrança e criado um fundo estabilizador de preços para esses recursos, cerca de R$ 12 bilhões. A Petrobras poderia gerir esse dinheiro e intervir no mercado quando os preços do diesel oscilassem muito.
Governo e caminhoneiros ainda não chegaram há consenso e a paralisação deve continuar em todo o país nesta sexta-feira, dia 25.