Um fenômeno chamado “microexplosão” causou grande destruição em Jarinu, no interior paulista no último final de semana. A instabilidade climática atingiu tanto a região urbana da cidade, como a área rural, conhecida na região pela produção de morango.
Os estragos da tempestade são vistos logo na chegada a Jarinu, onde máquinas trabalham para retirar galhos e árvores que caíram na beira da estrada com a força do vento que atingiu 130 quilômetros por hora. Na região central, a destruição era notada na praça principal, que foi devastada pela força da natureza.
O fenômeno que atingiu a cidade no domingo deixou a cidade em situação e emergência. Além da forte rajada de vento, também houve muita precipitação de granizo, deixando parte da cidade sem energia elétrica.
Prejuízos
Na área rural, algumas propriedades foram seriamente afetadas. O produtor rural Laurindo Cordeiro da Silva relata que a casa de sua filha foi devastada pelos ventos, restando apenas escombros. A menina Eduarda, sete anos, estava na residência com sua mãe quando o vendaval começou, mas elas conseguiram sair e buscar abrigo na casa do produtor rural que fica no mesmo terreno. Apesar do susto, ninguém se feriu.
“Veio aquele vendaval e a gente correu pra dentro de casa. Não deu tempo de nada. Dentro de poucos minutos tava tudo destruído”, disse Laurindo, que agradeceu a sorte de não ter acontecido nada de mais grave com a sua família.
Laurindo cultiva em seu terreno cerca de 100 mil pés de morango, mas acabou perdendo mais da metade da produção por causa do vendaval que atingiu a localidade no domingo.
Produção
A colheita do morango começou há poucos dias e a expectativa com a safra era boa, mas em vez de colher os frutos, os produtores tentam salvar os pés fazendo a recolocação dos plásticos que haviam sido arrancados com o vento.
Questionado sobre quando retomaria a produção, Laurindo disse que ainda não tem uma previsão definida. “Vai demorar e enquanto não recuperar tudo, esta carga aí que vir, vai demorar uns quinze dias e tem parte que vai demorar até meses para vir a colheita. Onde as pedras caíram, vai demorar bastante”, lamentou.
O excesso de chuva no município é outro problema, já que em uma semana choveu mais de 200 milímetros, cinco vezes mais do que é esperado para chover durante todo o mês. De acordo com o secretário de agricultura de Jarinu, José Lélio de Moura, a umidade excessiva provoca problemas com bactérias e fungos de solo, que acaba prejudicando o produtor.
O prejuízo de Laurindo ficou ainda maior com a perda do galpão e da câmara fria para o armazenamento dos frutos. “Só na lavoura aqui, eu perdi uns R$ 60 mil, isso se recuperar. Se não recuperar, o prejuízo será de R$ 200 mil para cima”, disse.