Caminhoneiros se articularam durante a semana, via WhatsApp, para uma suposta nova greve neste sábado, dia 30. Mas o movimento, que não estava ligado às lideranças da categoria, não teve adesão. De acordo com Fábio Roque, que integra o Fórum Permanente para o Transporte Rodoviário de Cargas (Fórum TRC), o pronunciamento do governo na sexta-feira, dia 29, também contribuiu para esfriar o clima de tensão.
Na manhã de sábado, um grupo chegou a protestar com ‘buzinaço’ em frente à Petrobras, no Vale do Paraíba (SP). Carregando faixas com os dizeres “Não queremos paralisação, queremos solução”, os manifestantes cobraram “a fiscalização da tabela de preço mínimo, uma política justa de combustíveis e o cancelamento das pontuações da CNH e das multas de R$ 5 mil aplicadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”. Segundo Everaldo Bastos, membro da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), são pedidos urgentes para que possam exercer o trabalho com dignidade e segurança.
A Associação Brasileira de Caminhoneiros está monitorando as articulações, mas informou que não acredita que a greve vá acontecer por enquanto. “Se ocorrer, será em pontos isolados”, finaliza a assessoria.
Voto de confiança
Para Roque, o momento não é de greve e, sim, de confiança. “O governo precisa mais uns dias ainda para colocar em prática tudo que foi proposto, conforme o pronunciamento do ministro (da Infraestrutura) Tarcísio de Freitas. A fiscalização da lei do piso mínimo deve ser intensificada e a política de preços da Petrobras com relação ao óleo diesel deve ser revista”, conta.
Membro do Fórum TRC, Roque conta que fez parte de muitos movimentos grevistas no passado, mas que hoje trabalha para construir algo que mude realmente a vida desses profissionais. “Acredito que, com as medidas e os projetos que temos para colocar em prática daqui uns dias, vamos ter bons avanços e melhorias para o setor”, afirma.
O governo também pretende fomentar um projeto de cooperativismo para a classe. “O caminhoneiro autônomo precisa ganhar espaço, e por meio das cooperativas poderá buscar uma lucratividade maior nas operações”, pontua Roque.
Carreata em Curitiba
Outro grupo de caminhoneiros fez carreata na região metropolitana de Curitiba. A ato foi promovido pelo Sindicato dos Caminhoneiros de São José dos Pinhais (PR), que pede a fiscalização da tabela do frete rodoviário e a diminuição do preço do litro do óleo diesel.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), que acompanhou a ação com duas viaturas, não houve interdição total do trânsito na Linha Verde, uma das principais rodovias da capital paranaense, onde os caminheiros passaram.