Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Diversos

Guedes diz que indexação do frete ao preço do diesel será estudada

Mais cedo, no entanto, o ministério da Infraestrutura afirmou que essa alternativa não estava no planos “no momento”

caminhões em estrada
Foto: Pixabay

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que estão em estudo várias alternativas para dar mais transparência à política de reajuste de combustíveis da Petrobras, entre elas indexar o preço do frete ao valor do diesel. Ele citou que essa é a política utilizada nos Estados Unidos e disse que foram feitas “interrogações” à Petrobras durante a reunião com o presidente Jair Bolsonaro.

“Tudo tem que ser estudado para o futuro, o presidente da Petrobras já estava estudando. Esse episódio precipita a aceleração de estudos”, ressaltou Guedes. “O próprio presidente da Petrobras está recalculando quais seriam as melhores práticas”.

Um dos questionamentos feitos por Guedes foi por que a Petrobras não utiliza uma média móvel de um determinado período, em vez de reajustes a cada 15 dias. Mais cedo, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse que a indexação era uma das alternativas, mas a assessoria da pasta afirmou que isso não estava sendo estudado “no momento”.

Reunião de esclarecimento

Após reunião entre o presidente Jair Bolsonaro, ministros e o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, afirmou a jornalistas que o encontro foi feito para “esclarecer” a Bolsonaro a política de preços de combustíveis. Perguntado se alguma decisão foi tomada sobre o reajuste do preço do óleo diesel, Albuquerque respondeu que quem irá decidir o momento e o valor será a Petrobras.

“Quem vai decidir o momento e o valor vai ser a Petrobras. A reunião foi para esclarecer ao presidente a prática de preços. Desde 2002, o preço do mercado de combustíveis é livre, e quem vai tratar desse assunto é a Petrobras”, disse o ministro de Minas e Energia.

Albuquerque disse que não estava em Brasília quando ocorreu o anúncio do aumento, e que não teve oportunidade de estar com o presidente para prestar esclarecimentos. “Quando ocorreu o anúncio do aumento eu não estava em Brasília, e não tive oportunidade de estar com presidente nem de juntar elementos para esclarecer a ele por parte do Ministério de Minas e Energia”, disse.

Questionado sobre como irá funcionar o cartão caminhoneiro, que deve permitir ao caminhoneiro a compra de combustível a um preço preestabelecido, Albuquerque afirmou que o governo não tem envolvimento direto com o cartão, “tampouco o Tesouro Nacional”. A medida, anunciada pela Petrobras, foi pensada para funcionar como proteção contra a volatilidade de preços da estatal, que acompanha as oscilações do mercado externo.

“Essa questão do cartão foi iniciativa da Petrobras no intuito de atender à demanda social no caso da categoria dos caminhoneiros, e o esclarecimento também deve ser prestado pela Petrobras”, disse o ministro, quando perguntado sobre quem irá bancar a diferença de preço na bomba.

Política e economia

Paulo Guedes disse ainda que Bolsonaro pensou na dimensão política do reajuste de 5,7% do óleo diesel quando ligou para o chefe da estatal na última sexta-feira. “O presidente tem preocupação maior do que só a preocupação do mercado. É natural que eu como ministro da Economia esteja preocupado com o mercado”, disse Guedes a jornalistas.

O ministro ainda afirmou que Bolsonaro “deixou claro que está fora de qualquer propósito manipulação de preço, congelar, segurar”.

“Petrobras que decide reajuste, não é ministro da Economia ou presidente da República. Petrobras é realmente independente para estabelecer o preço de petróleo”, disse Guedes.O ministro lembrou que estava nos Estados Unidos durante o ocorrido, em reunião do FMI, quando ficou sabendo do “incidente de que houve percepção de que o presidente interferiu” no reajuste, que acabou não sendo feito pela estatal. Segundo ele, Bolsonaro esclareceu na reunião desta terça-feira que ele pensou “numa dimensão política”, em torno do reajuste.

Desde o início de março há uma articulação de caminhoneiros sobre uma possível nova greve.

Guedes afirmou ser “absolutamente natural” que o presidente se preocupe com isso. “Há seis meses o Brasil praticamente parou. Mesmo que tivesse subido 5,7% o preço ainda está abaixo do que foi. O preço não está abusivo”, disse o ministro da Economia. De acordo com ele, Bolsonaro disse que estavam “jogando diesel” no seu “chopp”, enquanto o governo comemorava 100 dias de gestão.

“Ficou claro que tinha duas dimensões. Tem uma dimensão econômica que é a integridade da prática de preços da Petrobras. Ficou muito claro a preocupação (do presidente) em relação aos caminhoneiros. Caminhoneiros fizeram lista com 13 razões de preocupação, 12ª era o diesel”, completou Guedes. “Presidente pediu para que explicássemos o aumento. Não foi decisão de política econômica que ele tomou. Se fosse para criar regra de política nova, presidente teria conversado comigo”, disse ainda.

O ministro da Economia afirmou também que o governo separou política de preços da Petrobras das demais preocupações dos caminhoneiros. Ele citou as medidas estruturantes anunciadas mais cedo para o setor de transporte rodoviário, como o cartão caminhoneiro e o crédito para caminhoneiros autônomos.

Sair da versão mobile