Após uma semana do início da invasão da Rússia à Ucrânia, os preços das commodities continuam em movimento de volatilidade no mercado internacional de grãos. A soja, nesta quinta-feira (3), operou na Bolsa de Chicago com alta nas cotações. Perto de 13h15 (horário de Brasília), as cotações subiam entre 14 a 22,50 pontos, com contratos para março/22 aos US$ 17,00, negócios para maio aos US$ 16,88 e para julho a US$ 16,52 por bushel.
O diretor-geral da AgResource Brasil, Raphael Mandarino, acredita em cenário de mercado altista para as próximas semanas. “A guerra traz volatilidade, traz, obviamente, incerteza e ela traz também uma ideia dessa precificação, cada vez mais oscilando para cima e para baixo. Então, a gente vai ter um cenário de fundamentos ainda bastante fortes, principalmente pensando nesse avanço da metade para o final da nossa colheita aqui no Brasil”, considera.
O especialista alerta para a necessidade de avaliar com cautela o momento e pesar a relação de custo e produção na hora de comercializar o grão. Mandarino também destaca o cenário de preocupação com o abastecimento de fertilizantes para a próxima safra e preços de insumos.
“Não dá para brincar ‘acertando o olho da mosca’. A gente tem que fazer uma gestão de risco correta, principalmente neste ano diante de um conflito como esse. A AG Resource conversou com algumas indústrias que estão preocupadas, sim, principalmente pensando no curto prazo. Já no longo prazo, elas [indústrias] estão esperançosas de que haja até setembro, início da nossa temporada, condições de estar atendendo esses pedidos e não falte produto, mas, lógico, estarão em patamares superiores e em uma relação de troca pior do que agora”, finaliza.