Os esportes equestres estrearam na primeira edição das Olimpíadas de Paris, em 1900. Agora, novamente na capital francesa e 124 anos depois, além de o hipismo brasileiro lutar pelo pódio, busca mostrar a contínua melhoria da criação de cavalos no país.
O presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), Fernando Sperb, afirma que a preparação do animal para as competições é feita a partir dos quatro anos de idade para que, aos nove anos, quando atingem a vida adulta, já estejam prontos.
“Respeitamos a juventude deles para que cheguem na fase final com o melhor preparo físico e técnico possível”.
Nesta edição dos Jogos, são duas éguas formadas em solo brasileiro: a Miss Blue, montaria de Yuri Mansur, e a Primavera, montada pelo cavaleiro Stephan Barcha.
“A primavera saiu do Brasil competindo no mais alto rendimento, sendo campeão brasileira da Categoria Sênior Top, que é a categoria máxima e próxima do nível olímpico […]. Ela ganhou um campeonato na Itália no segundo final de semana de competição dela. Ficou em terceiro lugar em Roma em um dos campeonatos mais fortes a nível mundial. Isso tudo no ano passado. Ela também foi campeã panamericana e, esse ano, está aqui nos Jogos Olímpicos e com boas chances de medalha”, diz Sperb.
Hipismo sem distinção
No hipismo, homens e mulheres duelam sem distinção de gênero, em três disciplinas: concurso completo de equitação, adestramento e saltos. Essa última modalidade já rendeu três medalhas ao Brasil, duas de bronze por equipes e uma de ouro, conquistada por Rodrigo Pessoa, nos Jogos de Atenas, em 2004.
Hoje, com 51 anos, o medalhista é o mais experiente da delegação brasileira em Paris, disputando pela oitava vez os jogos, um recorde entre os atletas brasileiros.
“Em qualquer lugar do mundo, ele [Rodrigo Pessoa] é muito respeitado, é ovacionado, é ouvido. Então contribui muito não só para trazer para os demais cavaleiros a experiência dele, a segurança, mas também a representatividade. Costumo dizer que nós, brasileiros, temos que sempre ressaltar e cada vez fortificar mais a nossa representação a nível mundial em qualquer lugar do mundo”, acredita o presidente da Confederação Brasileira de Hipismo.
Com cavalos nacionais e um time qualificado, o Brasil não está em Paris só a passeio. Tem condições de “medalhar”, como diz o jargão olímpico.