Índice de preços de Alimentos sobe 0,7% em outubro, aponta FAO

Maior alta foi a do índice de lácteos, que subiu 6,8 pontos (3,9%), para 182,8 pontos

Fonte: Divulgação/Farroupilha (RS)

O Índice de Preços dos Alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) subiu 1,2 pontos em outubro (0,7%) ante setembro e 9,1% ante mês correspondente do ano passado, para 172,6 pontos. Com exceção da queda em julho, o índice mantém seu viés de alta desde o início do ano. Em outubro, açúcar e lácteos subiram fortemente, enquanto o grupo cereais cresceu em níveis mais moderados. Os ganhos coincidem com quedas acentuadas nos índices de óleos e carne, que mantiveram valores ligeiramente acima da média de setembro.

A maior alta foi a do índice de lácteos, que subiu 6,8 pontos (3,9%), para 182,8 pontos em outubro. A cotação subiu para todos os produtos do setor, em particular a manteiga, sustentada pela queda nos estoques e permanência de demanda na União Europeia (UE), combinado com um crescimento no interesse de países importadores. O preço do queijo também subiu, enquanto o leite em pó apresentou crescimento mais moderado. A queda da produção de leite na UE e na Oceania aumentaram as expectativas de um provável aperto no fornecimento do alimento e sustentaram um aumento dos preços nos últimos meses.

Logo atrás veio o açúcar, cujo índice subiu 10,5 pontos (3,4%) em outubro ante setembro, para 315,3 pontos – sexta alta consecutiva. As recentes elevações da commodity no mercado internacional são reflexos das baixas estimativas de colheita no Centro-Sul do Brasil, maior produtor mundial do alimento, pressionado pelo clima desfavorável. Além disso, relatórios de uma queda na produção da Índia, segundo maior do mundo, que vai precisar importar para suprir sua demanda interna, também ajudaram os preços a subir. 

O índice de preços dos cereais avançou 1,4 pontos (1%) em outubro, para 142,3 pontos. A elevação é a primeira após uma queda consecutiva em três meses. Apesar do fraco interesse dos compradores continuar pesando sobre o preço do arroz, o trigo subiu impulsionado em grande parte pela redução dos estoques de alta qualidade. Já as cotações de milho também subiram, principalmente movido pelas fortes vendas dos Estados Unidos. 

Na contramão das altas dos demais, o índice de preço dos óleos vegetais alcançou 168 pontos em outubro, recuo de 4 pontos (2,4%) ante setembro, mas ainda bem acima na comparação anual. Conforme a FAO, a queda mensal, que registra dois meses de alta seguida, foi influenciada principalmente pelo óleo de palma, cujos preços recuaram diante do aumento da produção e da menor demanda. Isso levou os estoques a subirem, principalmente na Malásia. A queda no índice no mês, entretanto, foi limitada por cotações firmes da soja, óleo de girassol e Colza. 

Seguindo o viés de queda dos óleos vegetais, o preço internacional de carnes recuou 1,7 pontos (1%) em outubro, para 163,4 pontos. A redução nos preços das exportações da UE para carne suína, resultante do excesso de oferta interna e da diminuição da procura pela China, foi a principal causa do declínio do índice.

Além disso, as exportações de carne bovina da Oceania continuaram a recuar, frente a uma produção doméstica maior nos Estados Unidos. Em compensação, os preços da carne ovina da Oceania atingiram seu nível mais alta em quase dois anos, por causa da redução da produção na Austrália e na Nova Zelândia.