Centenas de índios da etnia terena cercam, nesta sexta, dia 28, a Fazenda Maria do Carmo, a 40 quilômetros de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. Segundo a dona da propriedade vizinha, que fica a 30 quilômetros da área, Ana Pedrossian, seis pessoas estão na casa da sede. Pela manhã, ela afirmou que os indígenas estavam munidos com armas de fogo.
No início desta tarde, o comandante da Polícia Militar de Aquidauana, Renato Tolentino Alves, informou que o número de índios chega a 300. A Polícia Federal deve assumir o caso, com a ajuda da Polícia Militar. Os indígenas reivindicam a aceleração de um processo demarcatório no local, que fica ao lado de uma reserva terena. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria de Estado, de Justiça e Segurança Pública de Mato Grosso do Sul (Sejusp) também foram chamadas e por enquanto não há indício de que os índios deixem a área.
Em nota, a Funai informou que está ciente da tentativa de retomada de indígenas à Fazenda Maria do Carmo. O órgão afirma que, segundo relatos, o grupo indígena chegou ao local por volta das 4h, onde foi recebido cerca de 20 seguranças fortemente armados. “Os indígenas não adentraram a cerca, estão parados na entrada da propriedade, não há relatos de que os índios estejam portando armas de fogos, somente arcos e flechas”, acrescentou. Segundo a assessoria, a polícia está no local.
A região de Aquidauana já registrou outros conflitos agrários relacionados à disputa entre índios e produtores rurais. Em junho de 2013, a Justiça determinou a reintegração de posse ao proprietário da Fazenda Esperança, ocupada por índios da comunidade Taunay-Ipegue.