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Índios do Xingu são os primeiros indígenas autorizados a fazer certificação orgânica

Associação indígena é produtora de mel e pode estimular outros grupos a certificarem seus produtos, afirma o Ministério da Agricultura

Fonte: Péricles Barreto/Mapa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) autorizou nesta quinta, dia 3, a Associação Terra Indígena Xingu (Atix) a funcionar como certificadora da produção orgânica

A ação inaugura o primeiro Sistema Participativo de Garantia (SPG) exclusivamente indígena do mundo, de acordo com informação do Mapa. 

– Esperamos que o credenciamento sirva de estímulo para que outros grupos indígenas certifiquem seus produtos – diz o coordenador de Agroecologia do ministério, Rogério Dias, que está à frente do setor responsável pela aplicação dos mecanismos de controle para a garantia da qualidade orgânica.

De acordo com o Mapa, a certificação da produção orgânica valoriza o produto indígena, que assim alcançaria um mercado diferenciado. O novo mecanismo de avaliação participativa leva em conta as características tradicionais desses povos, promove autonomia e proporciona maior interação entre os produtores.

A associação conta com indígenas capacitados para atividade apícola desde 1998, informa o ministério em nota, produzindo mel de abelhas africanas criadas em regiões de vegetação nativa. De acordo com Dias, a Atix percebeu que a forma como trabalham vai ao encontro dos regulamentos da agricultura orgânica.

– Eles são muito criteriosos e buscam a garantia da qualidade, o que foi constatado pelos fiscais do Mapa durante a auditoria de credenciamento, quando avaliarem o funcionamento do sistema – afirma Dias.

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