Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom) – que na reunião de 2 e 3 de dezembro decidiu elevar a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual (PP), para 11,75% – os preços devem continuar altos por conta do reajuste dos preços no mercado doméstico, na comparação com o mercado internacional, provocado pela alta do dólar, e dos preços administrados (preços de produtos controlados pelo governo, caso da gasolina). Nos 12 meses encerrados em novembro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou alta de 6,56%, ficando pelo quarto mês consecuivo acima do teto da meta de inflação estipulada pelo governo, de 6,50%.
Este cenário, segundo o Copom, torna “o balanço de riscos para a inflação menos favorável”, com ela convergindo para a “trajetória de metas” apenas em 2016.
Sobre os seus próximos passos, o Copom indicou que novas medidas serão implementadas “com parcimônia” por conta dos efeitos cumulativos e defasados das últimas decisões tomadas.
O BC avaliou ainda que o consumo das famílias continuará moderando por conta da diminuição do crédito e do processo de pagamento de dívidas. Os investimentos devem se beneficiar de condições financeiras favoráveis, concessões de serviços públicos, ampliação de exploração de petróleo, entre outras medidas. E as exportações devem aproveitar o crescimento econômico de outros países e desvalorização do real.