A infraestrutura brasileira é “deficiente”. E, assim, não consegue acompanhar o desenvolvimento econômico do país — sobretudo o constante crescimento da agricultura e do agronegócio. Essa deficiência aumenta os custos para se manter a produção relacionada ao agronegócio. É o que avalia Miguel Daoud, comentarista do Canal Rural.
Daoud detalhou como, na prática, a infraestrutura deficitária ajuda a encarecer a atividade agropecuária. “O custo para você escoar a safra é muito alto”, afirmou o analista econômico ao participar da edição desta terça-feira (19) do telejornal ‘Mercado & Companhia’. Ao conversar com a apresentadora Pryscilla Paiva, ele destacou que agricultores e pecuaristas brasileiros têm, cada vez mais, investindo em tecnologias da “porteira para dentro” de suas propriedades rurais, principalmente em pontos voltados à tecnologia e inovação. O que, na visão dele, não ocorre com a estrutura de transporte que deveria ser fornecida pelo poder público.
“O custo para escoar [a produção] ou receber os produtos necessários para a agropecuária acaba tendo uma elevação muito alta” — Miguel Daoud
“No entanto, o custo para escoar [a produção] ou receber os produtos necessários para a agropecuária acaba tendo uma elevação muito alta, em decorrência da deficiência da nossa infraestrutura”, avaliou Daoud. Investir em serviços de cabotagem — com a chamada “BR do Mar” — e tirar do papel projetos de ferrovias são alguns pontos para ajudar no tratamento contra a “deficiência” do setor de infraestrutura, destacou o comentarista contratado do Canal Rural.
Investir somente em portos não resolve a infraestrutura
Miguel Daoud comentou, ainda, a decisão do governo federal, que autorizou a construção de seis terminais portuários, em projeto que contará com mais de R$ 10 bilhões. “Boa notícia”, pontuou o comentarista. O que, de acordo com ele, estará longe de resolver os problemas de logística e infraestrutura para o agronegócio. “Você tem que criar condições de segurança e ter um projeto em que as peças se encaixem”, disse. “Não adianta nada ampliar os portos se você não tem como chegar nos portos”, complementou.
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