A Polícia Federal encaminhou o Relatório Parcial do inquérito da Operação Semilla à Justiça Federal na tarde de ontem, 17, apontando um prejuízo de R$ 20,523 milhões aos cofres do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento no Rio Grande do Sul. A operação, que investigou a atuação de um grupo criminoso que agia no âmbito da Superintendência Regional da pasta, culminou na exoneração do ex- superintendente da pasta Francisco Signor, que estava no cargo há 12 anos, e do servidor Sérgio Luiz da Silva Sobrosa, no dia 14 de maio deste ano.
O dinheiro é fruto de desvios diretos de pagamentos a eventos fictícios da empresa Ícone Eventos e Viagens Ltda. A Polícia Federal chegou até este montante através de dados da investigação e documentos colhidos na fase ostensiva da Operação, no dia 13 de maio.
O grupo agia em benefício de empresas do setor agroindustrial por meio de redução nos valores de multas aplicadas, atraso em autos de infração, interferência para evitar cobranças de multas e agilidade fora do comum para procedimentos de autorização. Os servidores são investigados pela Polícia Federal por organizar um grupo dentro do Mapa-RS que oferecia facilidades em fiscalização e diminuição de multas para agroindústrias do estado.
Na operação do dia 13 de maio,Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria-Geral da União realizaram busca e apreensão em três municípios gaúchos e deteram mais de R$ 100 mil em espécie, computadores e documentos.
Signor teria uma participação ativa no esquema, segundo os investigadores, inclusive o superintende teria interferido nas investigações da operação Leite Compen$ado, que desarticula quadrilhas que adulteram leita no estado. Ele possui uma empresa de transportes para produtos agropecuários. A investigação constatou que o esquema agiu em favor de empresas de sementes, defensivos e grãos.
No dia 5 de agosto, o fiscal agropecuário Roberto Schroeder foi nomeado novo superintendente do Ministério da Agricultura no Rio Grande do Sul.