Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocupam, desde a madrugada desta segunda, dia 13, a fábrica da Suzano Papel e Celulose, na cidade de Mucuri, sul da Bahia. Segundo publicação do grupo no site do movimento, o objetivo é defender a reforma agrária e criticar o atual modelo de produção do agronegócio.
A empresa é uma multinacional que fabrica e exporta celulose de eucalipto, cuja plantação se caracteriza como monocultura, devido à característica da planta. Isso faz com que, segundo o MST, a diversidade de produção no território seja suprimida. Além disso, o movimento alega que o uso de agrotóxicos pela empresa prejudica as “poucas áreas cultivadas pelas famílias camponesas” e a monocultura do eucalipto provoca “o êxodo rural de milhares de famílias camponesas e povos originários”.
Outro argumento do movimento contra a Suzano é de que o cultivo exclusivo de eucalipto vem provocando a morte das nascentes de rios da região e o descontrole ambiental, como a invasão de borboletas do eucalipto em algumas cidades, o que teria provocado enfermidades.
Até o fechamento desta matéria, os integrantes que ocupam a fábrica Suzano e a assessoria de imprensa do movimento não foram localizados pela reportagem, para mais detalhes sobre as reivindicações e prazo para desocupação.
Em nota, a Suzano Papel e Celulose informou que o grupo ocupa a área externa em frente a uma das portarias da unidade, desde as 4h da manhã. A empresa disse que a ocupação restringe, parcialmente, o acesso e a circulação de veículos e pessoas. Apesar disso, “a fábrica está operando normalmente e a empresa já está tomando todas as medidas jurídicas necessárias”.